Mocambique: Protestos em Chimoio fazem seis feridos baleados pela polícia
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Seis pessoas deram entrada nas urgências do Hospital Provincial do Chimoio, centro de Moçambique, baleadas pela polícia, disse à Lusa Teresa Inácio, da enfermaria do hospital.
"Dois dos feridos estão em estado grave", disse a responsável, adiantando que outros dois feridos são menores, um de nove anos e outro de 14.
Amida Pereira, mãe do menor de nove anos, disse que a criança foi baleada quando saía de casa do avô para fugir ao ambiente tenso no bairro 16 de Junho. A criança foi baleada no ombro esquerdo.
A polícia está a usar balas verdadeiras, disse fonte do hospital.
Os restantes casos de ferimentos deram-se no bairro de Nhamaonha, perto da cadeia provincial, onde começaram na manhã de hoje os tumultos.
A situação em Chimoio é uma réplica do que aconteceu em Maputo nos últimos dois dias, com populares a protestar pelo aumento do custo de vida e a bloquear estradas.
Em Chimoio, ouvem-se disparos e todos os estabelecimentos encerraram, de escolas a bancos, passando por mercearias e cafés.
As ruas que dão acesso à cidade estão intransitáveis, com pneus a arder em quatro estradas. Na entrada da cidade há estabelecimentos comerciais com vidros partidos.
A polícia reforçou a segurança na cidade, utilizando até viaturas particulares.
Veja aqui em baixo imagens (videos) dos disturbios em Moçambique
Apesar dos protextos governo mantém decisão de subida dos preços
2-09-10: Populares voltaram na manhã de hoje a queimar pneus na zona do Zimpeto, periferia de Maputo, onde se registam confrontos com a polícia.
O Zimpeto fica na zona de saída de Maputo, em direcção ao norte do país. Na manhã de hoje, algumas pessoas tentaram sair da cidade de carro, mas foram impedidas por populares. Maputo continua hoje isolada.
Também já hoje se registaram confrontos entre manifestantes e polícia na Avenida do Trabalho, no bairro da Chamanculo, com estradas cortadas e pneus a arder. A polícia está a fazer rusgas no bairro.
Também na zona de Xiquelene, hoje de manhã grupos de jovens atiraram pedras à polícia e destruíram cartazes de Armando Guebuza, Presidente da República.
Na avenida Acordos de Lusaka e na Praça dos Heróis também há incidentes, com pneus queimados e barricadas na estrada. Os populares criticam o discurso de Armando Guebuza, de quarta feira, e dizem que não querem condolências, mas sim a baixa dos preços dos produtos essenciais.
Na Avenida Luís Cabral registaram-se igualmente incidentes, com a televisão STV a dizer que se registou um morto, uma criança.
Em Maputo, com quase todos os estabelecimentos encerrados, há dificuldades em abastecer as viaturas. Nas poucas padarias abertas hoje de manhã formam-se longas filas.
Na periferia, há populares à procura de locais que vendam alimentos. São raros os estabelecimentos abertos.
O número de mortos na sequência dos confrontos, que começaram na quarta-feira, varia consoante as fontes.
Alguns órgãos de comunicação social davam conta de dez mortos e 50 feridos, citando fontes da Polícia da República de Moçambique (PRM), mas dados provisórios avançados pelo porta-voz da PRM, Pedro Cossa, indicam quatro óbitos e 27 feridos, enquanto dados recolhidos pela Lusa junto de três hospitais de Maputo davam conta de seis mortos e mais de 80 feridos.
Guebuza considera que manifestantes foram «usados» e apela à calma e serenidade
O Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, considera que os moçambicanos foram “usados” nas manifestações e apelou à “calma e serenidade” da população, garantindo que o Governo “continuará a trabalhar para assegurar o retorno à normalidade da vida”.
Os populares das cidades de Maputo e Matola, sul de Moçambique, estão desde a manhã de hoje a realizar manifestações contra o aumento do custo de vida.
Os actos resultaram até ao momento na morte de “quatro pessoas, 142 detidos, 27 feridos, 32 estabelecimentos comerciais vandalizados, diversas viaturas destruídas e vários saques a vagões de milho”, segundo dados da polícia, mas que, segundo as autoridades hospitalares, são pelo menos dez os mortos, um das quais com ferimentos de balas reais.
Num discurso à nação, esta noite, Armando Guebuza disse que os “compatriotas que são usados nesta agitação estão exactamente a contribuir para trazer luto e dor no seio da família moçambicana e para o agravamento das condições de vida dos nossos concidadãos”.
“Lamentavelmente, em vez de uma manifestação pacífica e ordeira assistimos a manifestações que se saldaram em óbitos e em feridos graves e que também resvalaram para cenas de vandalismo, bloqueio de vias de acesso e destruição e saques de bens”, disse Armando Guebuza.
“Numa palavra, os nossos compatriotas que são usados nesta agitação estão exactamente a contribuir para trazer luto e dor no seio da família moçambicana e para o agravamento das condições de vida dos nossos concidadãos”, acusou o Presidente moçambicano.
O chefe de Estado moçambicano lamentou, no entanto, “a perda de preciosas vidas humanas e a destruição de bens públicos e privados” durante os protestos, “uma situação agravada por factores externos que incluem a crise financeira, de alimentos e a subida dos preços dos combustíveis” no mercado internacional.
O Presidente moçambicano lembrou que “foi neste contexto que foram tomadas diversas medidas para conter o impacto destas crises na vida do cidadão”.
“Empenhemo-nos todos no aumento da produtividade nos nossos sectores de actividade continuando assim, a fazer a luta contra a pobreza a nossa agenda individual e colectiva”, afirmou.
“O Governo está consciente da situação que vive o nosso povo, uma situação agravada por factores externos que incluem a crise financeira e de alimentos e a subida dos preços dos combustíveis”, referiu no discurso à nação.
Caos em Maputo
1-09-10-CNN: Violentos protestos contra o aumento do custo de bens essenciais resultam em vários feridos e mortos, sobretudo na região de Maputo.
Comentario
Fonte: club-k
Akwa Ndembo | 05-09-2010
O líder da UNITA, Isaias Samakuva, frisou esta sexta feira em Luanda que lamenta o que esta a acontecer em Maputo, sobretudo pelas duras perdas humanas.
Em reacção ao terceiro dia de protestos contra o aumento dos preços de bens básicos como a água, luz e pão na capital Moçambicana, Isaias Samakuva considerou que “os governantes tem de saber que quando governam, devem servir o povo e não podem comportar-se como sendo proprietários dos bens comuns”.
“O governo Angolano tem que pensar seriamente neste tipo de ocorrências porque anunciou o aumento do preço dos combustíveis e a situação social e econômica esta pior que em Moçambique”, acrescentou o líder da UNITA.
Samakuva afirmou que o governo do Mpla tem de dar outro rumo ao pais, “Não podemos continuar como estamos, o povo não pode ser um rebanho de carneiros constantemente mal tratados e sem capacidade de protestar”.
Para o líder da UNITA,“O Pais vai ter de ser governado de uma outra maneira, com mais responsabilidade e compromisso com os que mais necessitam, porque o que aconteceu em Moçambique poderá também acontecer em Angola”.
Em relação ao impacto que o aumento dos combustíveis poderá ter no custo de vida dos Angolanos, o líder do Galo Negro disse “que o impacto é’ significativo porque a vida vai ficar mais cara, as camionetas vão pedir mais dinheiro, o preço do transporte aumentara e todos os produtos ficarão mais caros”.
Criticando o Mpla por aumentar o preço dos combustíveis, Samakuva desafiou o Executivo Angolano “a investir mais nos funcionários públicos e proponho que o aumento do preço dos combustíveis seja acompanhado por um aumento e revisão salarial dos trabalhadores”.
dá em que pensar...
felizarda mayomona | 02-09-2010
já repararam que a angop, jornal de angola e a tpa pouca ou nenhuma importancia estao a dar a este assunto? dá em que pensar...
Re:dá em que pensar...
tony | 03-09-2010
sera que os editores do angonoticias nao se aperceberam do que se esta a passar em mocambique?estranho que naquele site "apartidario" nao se leia nada relacionado aos acontecimentos em mocambique...
ATT:
Kijiban nganga | 02-09-2010
Guebuza é um presidente incompetente, numa situação do género o importante era atacar as acausas que levaram o povo moçambicano a manifestar e não atacar pessoas que lutam por uma causa justa e nobre, dizendo que o povo está a ser usado por conspiradores.
O importante é atacar as causas para se resolver o problema do povo e não procurar culpado.
Acho que o Senhor Guebuza aprendeu a trabalhar com o presidente angolano José Eduardo dos Demónios, é por isso, que o mesmo está a agir assim.
Re:ATT:
Melancia | 02-09-2010
Concordo consigo isso demonstra o quao imcompetente os lideres africanos sao.
chocada
Angolana | 02-09-2010
estas coisas so acontecem mesmo na nossa sanzala africana ate parece sina possas....em breve sera em angola que vai rebentar um novo conflicto civil, oxala que acabe com todos os corruptos.
O mesmo modelo de liderança de Africa
muangole | 02-09-2010
Mas como é q a policia vai usar balas reais contra a população? Aprenderam com os reis da ''sanzala Angola'', semear o medo tudo em torno da proteção do rei. Nunca são livres pra manifestar os seus direitos.