Zungueira baleada fora de perigo

Zungueira baleada fora de perigo
 
A vendedora ambulante Domingas Gomes “Mingota”, 25 anos, encontra-se ainda internada no Hospital Josina Machel onde deu entrada na tarde de terça-feira, 23, depois de ter sido baleada por um dos agentes da Polícia Nacional destacado na Divisão do Sambizanga.
 
Domingas Gomes chegou àquela unidade hospitalar com uma bala encravada num dos membros inferiores, em estado grave, e foi recebida pelos técnicos da secção de cuidados intensivos. A jovem já não corre perigo de vida e pode vir a receber alta na próxima semana.
 
A comerciante Manuela da Silva, 27 anos, contou a O PAÍS que o incidente ocorreu porque a sua colega mostrou resistência ao agente da Ordem Pública, destacado na zona do São Paulo, que queria receber os pertences dela porque os comercializava num lugar impróprio.
 
 “Como já tem sido hábito, os polícias deram-nos corrida para receberem os nossos negócios por estarmos num local que eles consideram ser impróprio, mas neste dia as coisas tiveram um contorno alarmante porque o agente estava embriagado”, explicou.
 
O susto causado pelo som do disparo deixou a jovem Mingota em estado de choque e desmaiou naquele instante. Quando viram a companheira imóvel, deitada no chão e a sangrar, as vendedoras ambulantes anunciaram a morte da mesma aos prantos a todas as pessoas que circulavam naquela área.
 
A informação caiu como uma “bomba” para todos e revoltaram-se contra as autoridades policias arremessando vários objectos contundentes à Esquadra Móvel, entre os quais, pedras, garrafas, paus e ferros.
 
Diante do clima de revolta que se tinha instalado, tanto os agentes da Ordem Pública como os da Polícia de Trânsito, que se encontravam nas redondezas, tiveram de procurar refugio.
 
Alguns agentes da Unidade de Trânsito que regulavam o tráfego automóvel nas imediações do mercado do São Paulo viram-se obrigados a abandonar o posto, a retirarem o colete e a camisa. Permaneceram apenas com as camisolas interiores para conseguirem fugir até ao edifício da EDEL para não serem agredidos.
 
“Estou na Polícia há quatro anos e é a primeira vez que estive envolvido numa situação destas. A população revoltou-se de tal maneira que não tivemos outra saída senão escondernos em qualquer local que nos parecia ser seguro”, explicou a O PAÍS um dos agentes de Trânsito que estava destacado naquele perímetro.
 
Tanto os efectivos do Comando da Divisão Sambizanga como os da Unidade de Trânsito permaneceram nos seus “esconderijos” até à chegada dos oficiais das brigadas Canina, Auto, Motorizada e da Polícia de Intervenção Rápida.
 
Comerciantes em marcha
 
A destruição parcial da Esquadra Móvel da Polícia Nacional não foi suficiente para acalmar os nervos dos vendedores. Eles uniram-se e marcharam protestando em direcção à Rádio Ecclésia.
 
O automobilista Beto Beleza circu lava naquela zona no momento em que se despoletou o incidente. Saía  do seu local de serviço e teve dificuldades em prosseguir o trajecto por causa do alvoroço provocado pelas pessoas que se perfilaram na estrada.
 
“A via ficou parcialmente interditada e só conseguimos prosseguir com a marcha quando os efectivos da Polícia apareceram para dispersar a população”, contou o condutor, acrescentando que “as senhoras diziam, Sayovo matou zungueira…” Da portaria da Rádio Ecclésia, as mulheres, reunidas num grupo menor, dirigiram-se à portaria da Televisão Pública de Angola (TPA).
 
“Isto não pode ser, não podemos vendar à vontade. Fecham os mercados, agora dizem que não podemos vender. Até quando isso?”, lamentou Manuela da Silva.
 
A Polícia Nacional está a proceder ao levantamento dos factos do incidente que envolve um agente da corporação que disparou contra a perna da vendedora ambulante “Mingota”.
 
Contactado por O PAÍS esta quarta-feira, 24, o comandante municipal do Sambizanga, superintendente Manuel Gonçalves, desmentiu a informação segundo a qual o seu subordinado estava embriagado no momento em que efectuou o disparo. “O agente não estava nada embriagado conforme as pessoas estão a dizer e quem acha o contrário que prove. A Polícia trabalha com provas e não existe nenhuma que sustente isso”, explicou.
 
De acordo com o superintendente, o caso, cujo autor já está a contas com a justiça, aconteceu quando a Polícia procedia ao trabalho de rotina para impedir a venda ambulante na zona do São Paulo.
 
Na sequência do trabalho, um agente viu-se envolvido no meio da multidão, que o cercou e o agrediu, tendo daí, como tentativa inicial de fuga, efectuado disparos ao ar. Nesta acção “condenável e lamentável”, o Polícia acabou por ferir a cidadã.
 

Nas zonas do S. Paulo e do Congolenses observam-se diariamente efectivos da Polícia e da Fiscalização a perseguirem os vendedores ambulantes. Em muitos casos, as “zungueiras” não escapam à acção do cassetete. 

 

Fonte: O PAIS

 

 

Comentario

Qual e a escolha

Maxinde | 29-11-2010

Entre ter uma policia intelectual moderna em menor numero mais eficiente e ter milhares de batalhoes de incultos sem preparaçao nenhuma eu perferia ter uma policia qualitiva e nao quantitiva como acha o nosso actual executivo.

policias bebedos

MARIANINA | 28-11-2010

è claro que o comandante municipal do Sambizanga para salvar a reputaçao( o c.) do policia declara o falso.mas nao è a primeira vez que certos policias bebados e as vezes fumados de bula se mentem di piqueto...eu ja presenciei factos de policias que aproveitando-se da divisa batem(surra de puretes)os vendedores ambolante que na maiores parte das vezes nao metem resistencia e roubando a mercadoria dessa probre gente que num paìs como angola querem simplismente sobreviver.....como cidadam angolana espero de nao mais assistir esse tipo de cenas tristes porque o policia disparou para ferir e nao para se defender.se disparasse no "ar" como diz o superintendente Manuel Gonçalves,a zungueira nao seria ferida nas pernas.
penso que o policia malvado deve responder per as suas acçoes sem nenhuma forma de justificaçao porque a esse policia o comandante nao fez o teste do balao para afermar que nao era bebado!

Assassinos dos Mplanos

Mansoni Manuel | 27-11-2010

eu ate näo entendo em angola uns Analfabetos tornam policias so para progidicar as familias pobres Angolanos! de ser uma zungeira näo eh pecado e tambem näo eh crime para näo roubar como fazem os governantes que se pretende como jes e a sua familias e seus corjas como kopelipa e tantas outros gatunos é melhor vender nem que seja na rua näo eh um crime mai porque ou quale razäo do massacre contra os pobre civies; as prasas do roqui-santeiro que os langas inventaram como vosses proprio disem destruiram " O que ajudavam Milhöes dos Angolanos desepregadas e nas ruas tambem Eles näo tem direito de vender tambem O governo Ladräo näo ajudem os angolanos agora eu O verdadeiro do Uige pergunto ao jes O que O senhor pensas queres matar todos Angolanos os dono da terra para bem chamar os teus conterrano e portugueses para oucupar O nosso território e depois vais formar a sua eraquia e tornar Rei Sr jes A forsa do Diabo tem limite determinado e näo pensas que depois de ti os teus filhos väo permanecer poderoso näo näo mais näo? vai ser feio nos seus destinos ou os seus futuro filhos dos santola?

POLICIA

x | 27-11-2010

No tempo colonial, para se ser Policia era necessário cumprir o serviço militar, e passar a disponibilidade sem ter sofrido nenhum castigo ( CADERNETA MILITAR LIMPA ).
Hoje a nossa policia está carregada até de marginais dos mais perigosos.
É preciso que se faça um saneamento, começando pelo generalato, incluindo o próprio Comandante Geral.
Estão todos cheios de vícios.

li

leäo ferido | 27-11-2010

os nossos agentes devem passar em estudos de moral, e usarem minima força ao combate ao crime
a força maxima deve ser aplicada consoante o ataque do criminoso

Novo comentário

Reflexão da semana

Os Últimos Dias De Savimbi - José Gama

Entre os dias 4 e 8 de  Abril  de 2001,   a UNITA reuniu a sua direcção e militantes,  para reflectir estratégias naquilo que veio a ser  sua 16ª conferência partidária cuja discussão  interna  atribuía-lhe particularidades de  um congresso. O local escolhido foi a  área de saluka, na nascente do rio Kunguene, um afluente do...
1 | 2 | 3 | 4 | 5 >>

 

www.a-patria.com      O portal de noticias de Angola

 

 

Clique no botão Play para tocar o Ipod!

As músicas tocarão automaticamente!



 

Publicite no nosso Site!