UNITA pede que Portugal assuma responsabilidades históricas com Angola

UNITA pede que Portugal assuma responsabilidades históricas com Angola

 

 

 

O Presidente da República, Cavaco Silva, ouviu esta terça-feira as preocupações do líder da UNITA, Isaías Samakuva, relativas ao processo de democratização de Angola, e recebeu deste um apelo para que Portugal assuma as suas responsabilidades históricas para com aquele país. O encontro, inserido no programa oficial da visita de Estado de Cavaco Silva a Angola, que termina quinta-feira, durou cerca de 45 minutos. À saída, Samakuva justificou esta reunião com o facto de Portugal ser um país «bastante próximo de Angola», com «relações intensas». 

 

Por isso, a UNITA aproveitou para colocar ao Presidente Cavaco Silva as suas preocupações sobre o processo democrático angolano, a reconciliação nacional, a questão de Cabinda e outros assuntos pendentes que remontam ao tempo do regime colonial, como as pensões de ex-militares ou funcionários públicos. Portugal foi parte da «troika», juntamente com os Estados Unidos da América e Rússia, no processo de paz, e Isaías Samakuva sublinhou essa «responsabilidade histórica», para expor a Cavaco Silva inquietações sobre, por exemplo, o pagamento em falta de pensões aos ex-militares da UNITA. 

 

«Tem os incumprimentos no que diz respeito ao processo de paz, falta de pagamento de pensões de reforma dos ex-militares, mas falamos também de outros incumprimentos, sobretudo da devolução de propriedades da UNITA», descreveu. 

Para Isaías Samakuva, «Portugal pode exercer alguma influência sobre o governo angolano no quadro das responsabilidades históricas que assumiu no processo de paz».  

 

Portugal pode desempenhar um papel na pacificação porque tem contactos privilegiados  

O caso de Cabinda esteve ainda presente na conversa entre Cavaco e Samakuva, naquele que foi o primeiro encontro entre ambos nas funções que ocupam.  

 

«Falamos ainda sobre o caso de Cabinda, em que Portugal também tem responsabilidades históricas e o governo português pode desempenhar um papel na pacificação porque, com os contactos privilegiados que Portugal tem com o governo angolano e com a sociedade de Cabinda, pode-se encontrar uma forma de fazer com que o diálogo surta efeitos», disse. 

 

Questionado sobre a realidade política actual em Angola, o presidente da UNITA considerou que o país tem «uma democracia nascente» onde «existem forças que a querem consolidada e outras que resistem a essa consolidação da democracia». 

 

«Abordamos estas questões porque entendemos que Portugal terá uma ideia, fará uma avaliação, da situação real que se vive em Angola se tiver informações de um lado (do governo) e do outro (da UNITA)», afirmou. 

 

Samakuva deixou ainda a ideia de que Portugal não deve ignorar a UNITA na sua diplomacia, porque a realidade de hoje não será a mesma no futuro. 

 

A UNITA manteve uma guerra com o MPLA, partido no poder desde 1975, pelo domínio do país, até 2002 e, nas eleições legislativas de 2008 obteve apenas cerca de 10 por cento dos votos, contra 82 por cento do MPLA, numa votação que considerou ilegal mas que acabou por reconhecer. 

 

Fonte: Diário iol 

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