"O povo angolano ainda tem que verter mais sangue" - Fragata de Morais

"O povo angolano ainda tem que verter mais sangue" - Fragata de Morais

 Foram precisamente estas palavras que ouvi no dia 9 de Setembro, pela manhã, a caminho do meu trabalho, na Rádio Despertar, na sua rubrica matinal “Paralamento Público” (ou algo parecido), onde abre um espaço para os seus “deputados” terem a oportunidade de intervenção, numa paródia à casa das leis, onde a própria Unita tem assento. Mas isso de alguém não se respeitar a si próprio, é de sua lavra.

 
Esta afirmação, repetida contundentemente várias vezes ao longo da não tão curta intervenção do dito “paralamentar” que deseja ver mais sangue no seu país, não foi repelida, refutada, questionada uma única vez pelo “chefe da bancada” (o realizador do programa/moderador). Fiquei preocupado, por um lado, pois uma tese que envolve tal violência e destruição, não denunciada de imediato, como deveria ter sido logo feito, só revela que de facto a Despertar representa a voz do seu dono e que a voz do seu dono, pelo menos para o realizador/moderador, é desejar ver mais sangue vertido ainda por esta Angola fora. Ninguém me contou, ouvi eu próprio, como já referi. 
 
Por outro lado, tais afirmações públicas feitas a coberto do silêncio concordante do realizador/moderador do tal programa, e passadas inapercebidas pela direcção da Despertar, propositadamente ou não, só justificam de maneira prática as preocupações levantadas pela direcção do MPLA, na voz do Secretário da Informação e Propaganda, Rui Falcão Pinto de Andrade, ao denunciar que não se pode cair em atitudes irreflectidas, devendo haver formas democráticas para se alcançar o poder.
 
A intervenção do referido cidadão no dia 9 de Setembro corrente, na Despertar, conclamando a mais um banho de sangue em nome de uma por si desejada purificação nacional, é de facto arrepiante e justificaria uma sanção séria e imediata ao realizador/moderaor desse tal “paralamento”, com um comunicado da Unita, a dona da Despertar, uma rádio comercial por lei, a tranquilizar todos os cidadãos, independentemente da sua coloração política, como é lógico e óbvio, sobre afirmações públicas que levantam espectros tenebrosos de um passado recente e ainda, ao que parece, em efervescência escondida dentro desse partido ou em pessoas a si chegadas. 
 
O triste, é que efectivamente durante este programa, seja qual for o tema, os chocalhos badalados são os da violência, os do incitamento à desobediência civil, às vezes até a coberto da estar contido na Constituição, os da baderna e nada sobre a reconciliação nacional. O principal é o denegrir da figura do Presidente de todos, quer queiram quer não; é minimizar o evidente, ou seja, o franco desenvolvimento em que o país se encontra mergulhado e as perspectivas que se levantam para um despertar (este sim) radioso para Angola e para os angolanos. 
O que não precisamos mesmo, é o novo verter de sangue que é solicitado e anuído nos microfones da Rádio Despertar, mais uma vez refiro, uma rádio comercial.
 
 
Fonte: Jornal de Angola
 
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Comentario

Unita

Ai ta doer | 17-09-2010

Em Angola os Mulatos TEM SIM SENHOR LUGARES PRIVILEGIADOS.
nOS BANCOS,COMPANHIAS AEREAS,PETROLIFERAS ETC.
nAO ESTOU QUERENDO FOMENTAR RACISMO,MAS E A VERDADE DE aNGOLA

Reposição da Verdade

Observador Atento | 13-09-2010

Não sou racista ou, pelo menos, nunca alimentei sentimentos de aversão contra pessoas que são de raça diferente da minha. Mas a história de Angola obriga-me a relacionar alguns factos. Muitos dizem por aí que o MPLA foi fundado como um partido essencialmente de mestiços. E as motivações que sustentaram o surgimento desta associação, ainda a fazer fé nas opiniões que estamos a citar, nada tinham a ver com a independência dos angolanos. Era o resultado de um ressentimento contra os seus progenitores (portugueses) que nunca os reconheceram como filhos legítimos, muito menos como cidadãos em pé de igualdade com os “outros filhos”. O epíteto “bastardo” criou ódios acirrados entre aqueles que aspiravam a um estatuto de cidadãos portugueses com todos os atributos: ser titular de um bilhete de identidade em que estivessem claramente mencionados os nomes do pai e da mãe, algo que os colonos, pelo facto de esses seus filhos serem fruto de relações fortuitas e adúlteras com pobres criadas, lavadeiras exploradas ou meretrizes incapazes de encontrar meios mais dignos de sobrevivência, nunca lhes concederam. Um acto que dá algum lastro a esta tese é a precipitada eliminação, pelos mestiços, da condição de filho ilegítimo dos bilhetes de identidade da República Popular de Angola logo depois de esta ter-lhes sido entregue de bandeja pelos seus progenitores. Prossigamos. Quando no início dos anos 60 os fundadores do MPLA se aperceberam de que a luta contra os pais que os tinham enjeitado nunca seria vencida senão pelas armas, eles, recorrendo à matreirice que sempre os caracterizou, decidiram arregimentar os braços dos negros. Ainda segundo os nossos teorizadores, é assim que surgem regiões militares guarnecidas por negros dentro de Angola e escritórios dirigidos por mestiços em Brazzaville, Conacri e Argel durante a chamada primeira guerra de libertação nacional. A vinda a Luanda em 1974/75 terá posto fim à utilidade dos negros porque militarmente os portugueses estavam desbaratados e os apaniguados do mesticismo já haviam encontrado quem trataria dos seus trabalhos sujos: os cubanos. As línguas imparáveis, sempre venenosas quando o assunto é atacar o MPLA, chegam mesmo a afirmar que os primeiros soldados de infantaria cubanos que desembarcaram em portos angolanos eram quase todos negros, estando os lugares de comando reservados aos descendentes de espanhóis, prova de que a ideologia dos mestiços de Angola encontrava todo o respaldo na política de um desmiolado conhecido pelo nome de Fidel Castro (que depois de fazer o seu povo cair na mais abjecta indigência não teve qualquer pudor em dizer publicamente que afinal se enganou na escolha de sistema económico), que dirigia uma ilha caribenha a ferro e fogo e que se recusava a ter negros no Comité Central do seu partido, como se para tal tivesse recebido mandato dos céus. Os nossos oráculos alegam que as motivações dos nossos mestiços ao criar o seu MPLA foram as mesmas que levaram o mestiço de sangue espanhol Fidel Castro a ir para a Sierra Maestra. Por comungarem dos mesmos ideais, terá sido fácil aos comandantes cubanos ajudar os seus comparsas miscigenados a dizimar os negros que em 1977 apenas exigiam um maior equilíbrio de poderes entre brancos, mestiços e negros em Angola. Pela mão de uma historiadora portuguesa vir-se-ia a saber 30 anos depois da morte de Nito Alves que afinal o seu célebre (e famigerado) discurso, sobre a hipotética necessidade de os “brancos e mestiços também terem que varrer as ruas” para que Angola se considerasse verdadeiramente independente, tinha sido, na verdade, truncado pelos mestiços. Os nossos candidatos a marabus sussurram-nos (e parece haver elementos que o provam) que os confrontos com a FNLA em Luanda em 1975 (em que os mestiços não tiveram nenhum pejo em aplicar uma prática condenada pela humanidade, o uso de crianças como soldados) foram atiçados e fomentados por acusações de canibalismo orquestradas por um professor de Anatomia, que era mestiço e que respondia pelo nome de Mac Mahon; que a depuração assassina de 27 de Maio de 1977 (consubstanciada na pulverização pura e simples dos melhores filhos da tribo kimbundu) teve precisamente um prelúdio cujos principais actores e instigadores eram mestiços: Pepetela, Mac Mahon e Ndunduma We Lepi; que os fatídicos acontecimentos de 1992, traduzidos na mais vil limpeza étnica contra umbundus e kikongos, foram antecedidos de uma avassaladora campanha de diabolização contra Savimbi e a sua UNITA, cujas pontas de lança eram mestiços: Pimenta na Língua, Fragata de Morais e José Mena Abrantes. Fala-se hoje de uma guerra iminente. Os negros não a vêem nem vislumbram em qualquer quadrante, mas há três macumbeiros mestiços de divina clarividência que até já sentem o cheiro da pólvora e já ouvem o som estrepitoso e aterrador dos canhões: Rui Falcão, José Ribeiro e Fragata de Morais. Estarão completamente enganados os que defendem que o MPLA, na sua origem, foi uma criação de mestiços (de sentimento, não de cor!) que hoje a seu bel-prazer em Angola vão manipulando os negros do MPLA, da UNITA e da FNLA para poderem desfrutar do estatuto de “filhos legítimos” que os seus próprios pais lhes negaram?

Angola

Alberto Silviano | 13-09-2010

Atençao à tolereancia racial, etnica e religiosa. Somos todos angolanos. Fragata de Morais é tanto um angolano como todos nós e provavelmente ame mais a patria do que muitos que teclam aqui fazendo apologia da sua angolanidade. Criticos sim mas com responsabilidade e tolerancia a bem da patria

Angola

Alberto Silviano | 13-09-2010

..."como deveria ter sido logo feito, só revela que de facto a Despertar representa a voz do seu dono e que a voz do seu dono",
preocupa-vos que a despertar (radio comercial) seja da Unita, veicule informaçoes relativas à unita, mas não vos preocupa instrumentalização que o mpla faz da tpa, RNA, Angop e JA, aliáis, orgaos do Estado, que vivem à custa dos contribuintes.

Realmente

Ex-FAPLA | 13-09-2010

Eu acho que o MPLA deveria deixar que o povo se manifeste quando quizer, será que neste país esta todo povo contente com o partido no poder que, como subterfugio tem a guerra, graças a essa guerra hoje são milionários. A radio despertar terá que fazer o seu papel tal como a RNA faz o deles do MPLA.

....

nacionalista de direita | 12-09-2010

Muitos tem dupla nacionalidade
Outros so querem saber de Angola por causa do kumbu
Estou cansado dos falsos Angolanos

Re:.Mund Zu, Weisser Schwein...

Vuvuzela-Mpungi | 13-09-2010

Mas afinal de contas estes "Insensiveis" Abutres tambem leem e escutam os chorros de desespero dos Angolanos.

Mas porque que nao cobram primeiro os incumprimentos da vossa propria Seita maligna com as 1000000 de Casa e Empregos ou da vossa Nado-Morta "Tolerancia Zero".

Filhos nao sei de que tipo de Coisas, Nos os Angolanos e que sofremos no Corpo e na alma das consequencias da vossa Saga.

Claro que para voces desta toxica miscellanea usurpadora, Angola e um Paraiso.
Mas para nos os Angolanos isto aqui e um autentico inferno desde a vossa Usurpacao Komuna...de Novembro de 1975.

Voces e que assassinam os Angolanos e ninguem vem ca mugir nem tugir
Basta uma Angolano sair a reclamar, saiem estes advogados do Diabo em coro..vomitar aqui Laragtos e Fogo...

Voltem para as vossas Terras e nos deixem em Paz ou vamos ter que usar a mesma e Unica Linguagem que voces conhecem e entendem...

Fariam melhor e se manterem calados e embunkerados la nas vossas Luxuras miseraveis...

farto das atitudes do mpla

militante do mpla | 12-09-2010

Meus caros camaradas, este e epenas o principio ou o comeco de um fim. Quem nao sabe k o pais esta a ser mal governado? o K e que o (Governo) partido no poder ja fez para o nativo, o angolano sofridor e martirio comparando com o extrangeiro?

o Extrangeiro faz e desfaz neste pais, a tempos atraz um cidadao Cubano e um Chines entraram em pancadaria por cause de burgau? Eu tambem fui, sou e sempre serei do MPLA mas o mal esta sim senhores bem visto e identificado.

Ha descontentamento e comentarios nos taxis, comboios, autobuses, barracas em fim. Sera que voces (chefes do MPLA) ainda nao deram conta que estao agerir mal? e necessario k o povo sai a rua para manifestar? K culpa tem a UNITA em um momento como este k as armas se calaram? se voces proprios assim o querem. Ondem andam os camaradas Franca Van Dunem, Lopo de Nacimento, Dimo Matross, Roberto de Alemida e tantos outros para darem um puxao de orelhas no Camarada Presidente, que nao quer dar o braco a torcer e reconhcer os erros e as atrocidades que estao a ser cometidas pela sua Governacao KADUKA?

Voces nao tem vergonha, Carros carissimos, fatos e gravatas mansoes, mas com o lapiz muito curto, visao nao tem, mal sabem identificar o tumor maligno k e a corrupcao k vos prorios implantastes no seio do partido? toda pessoa, cidadao, mebro do seu proprio partido que dizes ser o presidente basta tentar te contrariar lhe poes de parte ou de fora, que democracia e esta Sr. "Presidente"? pensas k viveras neste pouleiro para a vida eterna? SERA QUE NAO ESTAS (AO) A VER O SOFRIMENTO DESTE POVO? MEU DEUS, VOCES REZAM MESMO? Ja viu como estao os mussekes as vias descartaveis e interminaveis k estas a mandar fazer, nao e um favor e seu direito e obrigacao. Nao te comparo com ninguem a nao ser o Mobutu Sesse Seko do ex Zaire, ate chegas a ser pior que ele, porque ele demostrava que era autoritario, mas o Sr. mata, e manda matar finjindo que nao sabes de nada.

Sera k nao consegues dar conta quais sao as prioridades para acabar com a miseria deste povo? vcs estudaram para k? para roubar? vcs sabem como sao tratados os Extrangeiros (Angolanos) em outros paises da Europa, Africa, ou mesmo na Asia? NAO TE ESQUECAS K TAMBEM OS GRANDES IMPERIOS DESMORRONARAM apenas ficaram ruinas. e por isso toma cuidado porque este e o comeco de um fim. Continuam a deixar espaco para o adversario verao daqui a 1,2,3 ou meso 4 anos.

Viva savimbi

Ondaka Ofeka | 12-09-2010

Esse mundele assim esta a querer nos agitar a nos lutarmos uns contra os outros enquanto eles roubam das riquezas da nossa terra junto com traidores como jose eduardo dos santos e outros?Meus irmaos dessa vez a luta tem que ser contra esses capitalistas-comunistas que roubam do erario publico mao neles pra rua com esses gajos, inimigos numero 1 do povo angolano.

filhos da mae do mpla

salalé | 12-09-2010

Em 8 anos não se pode Fazer o que os outros fizeram em 30 anos mas em 8 anos consegue-se ser multimilionário,este é o problema de Angola,até um simples administrador municipal se torna milionário,os Angolanos não estão a exigir de mais.se fossem honestos diriamos que estão a se esforçar,o problema é a delinquêcia governamental

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