MPLA e a UNITA devem baixar tensão política «Opinião pública exige »

MPLA e a UNITA devem baixar tensão política «Opinião pública exige »

 Depois dos dois principais partidos em Angola, MPLA e a UNITA terem entrado em rota de colisão na sequência de acusações do primeiro responsabilizando o seu opositor por “sucessivos apelos desobediência civil”, através da Rádio Despertar, a sociedade civil e os pequenos partidos mostram-se preocupados com o evoluir da situação.

 
Na opinião dos interpelados pelo Novo Jornal, tanto o MPLA (que governa o país), como a UNITA (principal força da oposição), têm maiores responsabilidades para o destino de Angola.
 
Sugerem que assuntos sensíveis devem ser resolvidos em fóruns próprios e não através dos meios de comunicação social, uma atitude que aumenta o clima de instabilidade junto da sociedade.
 
O presidente do PDP-ANA, Sediangany Mbimbi, defendeu que o órgão de consulta entre o Governo e a UNITA, criado ao abrigo dos Acordos de Paz em 2002, não deveria ser extinto com a realização das eleições legislativas de 2008.
 
“Questões desta natureza deveriam ser resolvidos naquele fórum”, lembrou sublinhando que “todos os assuntos inerentes ao cumprimento dos entendimentos havidos não poderiam ser transferidos para os respectivos pelouros governamentais”.
 
O pastor da igreja Cristo Salva Todos, Ntemo Raimundo, diz que o MPLA e a UNITA têm “tamanha responsabilidade nesta fase de reconciliação interna em Angola”.
 
“Eles devem tudo fazer para manter um bom ambiente político no país e para transmitirem a confiança aos angolanos que ao longo de vários anos de guerra atravessaram momentos dramáticos”, aconselhou.
 
Para este líder religioso, mesmo que haja um clima de tensão, as partes devem ultrapassar as questões de uma forma pacífica. “Eles devem conduzir o barco a bom porto”, resumiu.
 
Já o ancião Domingos Amadeu Neto Nkui não gostou a troca de mimos entre os principais partidos, na semana passada. “Depois de muitos anos de sofrimento, Deus ouviu o nosso clamor. Fiquei triste quando estes partidos nos recordaram o tempo passado”, lamentou. E adiantou que situações do passado não deverão repetir-se.
 
“São partidos maduros, especialmente o MPLA. No entanto, não é aconselhável, nesta fase de consolidação da paz, optarmos por troca de palavras com comunicados que recordam o povo do passado ruim”, disse Neto Nkui.
 
Preocupado ficou também o psicólogo Tiago Xavier José, que na altura em que o ouvimos desembarcava em Luanda procedente de Londres na companhia de família. “Psicologicamente muitos angolanos ainda estão abalados devido à guerra. Quando os autores que estiveram envolvidos no conflito armado voltam bater na mesma tecla, muita gente fica preocupada”, observou.
 
“Espero que as duas partes reflictam a responsabilidade que têm sobre o futuro deste país. Não é justo o que aconteceu na semana passada”, concluiu.
 
Na semana passada o MPLA acusou a UNITA de estar a realizar “apelos sucessivos à desobediência civil”, protagonizados por responsáveis dessa formação política.
 
Na sua denúncia, o partido governamental referiu que, a Rádio Despertar tem-se apoiado nos discursos do líder da UNITA, Isaías Samakuva, feitos publicamente e que podem ser encontrados nos mais diversos blogues.
 
Em resposta, o líder da UNITA, negou tais acusações.
 
 
Fonte: Novo Jornal
 

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