Minhas reflexões em torno de África - Felizarda Mayomona

Minhas reflexões em torno de África - Felizarda Mayomona

 

"África se vê hoje ajoelhada  perante o

neo-colonialismo"

 

Países-Baixos - Recentemente em conversas com uns cambas debatemos sobre a necessidade de África unir-se em torno dos desafios do nosso continente e a nivel do contexto global neste seculo 21. Alguns deles defendem que Angola deve trabalhar isoladamente para o seu desenvolvimento relegando África a segundo plano. Defendem que, para o nosso desenvolvimento e auto-afirmação apenas países fora de África como países da Europa ou da America são necessarios e capazes de desempenhar um papel eficaz no contributo da consolidaçao da nossa paz, da nossa democracia, fortalecimento das nossas instituções, ensino, etc.

 

Este pensamento não é de todo errado até porque precisamos ainda de muita ajuda (principalmente na área tecnologica e da medicina) destes países. Mas será que África deve ser relegada a último plano? Porque será que um número consideravel de angolanos rejeita a noção de ser africano e encara tudo que envolve africa, negritude e africanismo como desprezivel, arcaico e sub-desenvolvido? Como sei que os angolanos normalmente não lêem muito(porque não gostam), vou procurar ser breve, apesar de que, na realidade, há muito que gostaria de falar em relação a este tema.

 

Eu acredito firmemente que o destino do povo africano neste planeta anda indubitavelmente de mãos dadas. Kwame Nkruma sempre dizia que " África deve unir-se" e se há frase que em minha opinião não deve nunca morrer nos corações e consciências de todo homem e mulher africano nesta e nas gerações vindouras, é esta. África deve unir-se. Precisamos de uma nova versão do Pan-africanismo para resolvermos os nossos problemas.


O ideólogo do pan-africanismo foi Marcus Garvey, que defendia a necessidade de unidade de toda a diáspora africana, juntar as suas inteligências, dotes e habilidades, independentemente de onde se encontrassem, para contribuír para a edificação do Continente mãe. Posteriormente outros grandes pensadores e lideres africanos como W.E. Dubois, Martin R. Delaney, Bispo Henry McNeal Turner, Edward Wilmot Blyden, Henry Sylvester Williams, George Padmore e outros contribuíram para a definição e divulgação deste conceito.

 

Todas estas figuras tiveram um papel crucial e um enorme impacto na emergente liderança da luta anti-colonial em África, com realce para Patrice Lumumba, Kwame Nkrumah e Jomo Kenyatta, que tiveram também uma influência poderosa nas lutas anti-coloniais no caribe. Mas tal como Kwame Nkruma já tivera alertado, o fim do colonialismo e do controle directo de África não significaría o fim da dominação externa.


Com o "fiasco" que saíram as independencias africanas, África se vê hoje ajoelhada perante o neo-colonialismo, o controlo indirecto dos seus recursos e suas economias pelas potencias ocidentais europeias, os EUA, e cada vez mais cresce a presença de potencias emergentes como a China e a Koreia em África. Parece tudo um grande contraste se termos em conta que os pais da nossa independencia(muitos deles ainda vivos e nos centros do poder de decisão) lutaram contra o chamado "imperialismo ocidental" mas hoje aceitamos que o "imperialismo cultural" baptizado com o nome de "globalização" nos entre portas adentro e nos roube o pouco que já sobrou da nossa cultura e dos nossos valores e cruzemos os braços diante do neo-colonialismo. 

 

Mas este aparente contraste pode ser explicado se atendermos ao facto de África ser em grande parte governada por lideres inaptos, imcompetentes e corruptos, cuja mente míope os impossibilita de perceber que só com a necessaria unidade pan-africana África será capaz de livrar as suas nações da invasão silênciosa (mas visivel) do neo-colonialismo e outros males. Mas esta é mais uma razão para o povo africano unir-se.


Os africanos devem parar de apoiar tiranos, ditadores e corruptos na corrida para o poder. Se África quer salvar-se este é o ponto de partida, fazer uma boa peneira nas lideranças actuais. O que acontece actualmente é vergonhoso. Onde é que já se viu lideres politicos destribuír bebida, dinheiro "em cash" e artigos como motorizadas só para consseguir o voto do povo? Será isto evidencia de falta de programas politicos convincentes para perssuadir o povo? Será falta de carisma politico? Ou é falta de inteligencia? É vergonhoso! Líderes chegam ao poder e até alteram a Constituição do país e promulgam leis "atípicas" para manterem-se vitaliciamente no poder. São os primeiros a violarem as própias leis que criam sem pedir a opinião do povo que governam. Enriquecem da noite para o dia. Omtem eram pobres, filhos de pobres, hoje são ricos e milionarios mas que ironicamente pouco uso fazem das fortunas pessoais para investir nos seus países em beneficio do seu povo.


"Aonde vai todo dinheiro"?

 

Os africanos devem também unir-se para reescrever a sua própia historia. A versão da historia que temos actualmente sobre África é uma versão puramente eurocêntrica. Precisamos rebuscar a nossa própia historia e ensina-la numa perspectiva africana. Existem grandes pensologos e historiadores africanos que nem são conhecidos em Angola. Porquê? Como é possivel que um aluno do ensino secundario em Angola saiba mais sobre Luís de camões e Fernando Pessoa do que por exemplo sobre o grande antropologo e cientista africano chamado Cheik Anta Diop? Acredito que a maioria dos leitores nunca ouviu falar dele, o que é triste.


Os africanos devem também unir-se contra o "imperialismo cultural" que invade o nosso continente. Precisamos preservar a nossa identidade. Criemos uma identidade nossa, que seja forte e marcante, e que seja assimilada por todos os estrangeiros que vierem habitar na nossa terra. O que acontece é mais o contrario: nós termos de aprender as linguas deles para podermos viver e trabalhar com eles. Houve um episodio no Ghana que achei caricato. Para o ghanês trabalhar na tal empresa(de oriem chinesa) tinha de aprender a falar o chinês! Mas será que se um ghanês abrir uma empresa ou negocio na China, os seus empregados ou clientes terão de falar o Swahili ou o inglês obrigatoriamente? É claro que não. Mas porquê que coisas destas só acontecem em África? Se tivesse de dar uma resposta superficial a esta pergunta, diria que é pelo facto dos lideres africanos nem saberem o que se passa com o seu povo e pouco se importarem. Eles já têem tudo. Desde que nada nem ninguém lhes ameace o poder politico e militar e as suas estabilidades economicas...vão se importar mais com quem e pra quê?


Os africanos devem também unir-se para juntos desenvolverem África. Por exemplo, Angola, segundo os nossos dirigentes, precisa de quadros. Antes de fazer a contrataçao de quadros da Europa e do Brasil(que normalmente saiem muitissimo caros) porque não olham antes nos nossos vizinhos africanos que também possuem em muitos casos quadros de qualidade, muitos dele sub-aproveitados ou em total abandono? Há muitos bons medicos no Mali, Tanzania, Botswana, Zimbawe etc que de certeza aceitaríam o desafio de trabalhar em Angola. Hãn...já sei. Vão falar do factor "lingua" não é? Isso pode ser resolvido. Criem programas de integraçao de quadros, e nesse programa deve ser incluído um pacote de lingua(que deve ser a portuguesa), durante um curso intensivo de pelo menos 1 ano nos própios países de origem dos tais quadros a serem contratados. As embaixadas de Angola monitorariam o tal programa, e no final, cada candidato fazia um teste numa das nossas embaixadas e se aprovasse, consseguiria o visto/contrato para trabalhar em Angola. Já não é uma ideia? Há também varios quadros africanos na diáspora que não hesitariam em ir trabalhar no continente-mãe. Porque não se prioriza a estes? Muitos deles são muito bons, profissionais de alto nivel, incluindo academicos de prestigio em universidades europeias.


Os africanos devem unir-se para cultivar valores como solidariedade e amor ao proximo, democracia e direitos humanos. Ya, é verdade mesmo. É triste e repugnante a ideia de alguém poder ser morto só porque criticou um discurso do presidente ou porque acha que a primeira dama não lhe representa. Mas falar disso é mal? Então será que estes individuos, que não passam de simples seres humanos mortais, cuja carne será também debicada pelo salalé, têm poder acima da própia mãe que nos nasce e do própio Deus que nos dá a vida a ponto de decidirem sobre quem vive e quem morre no país? Não se pode criticar sem medo em África. Bajulaçao virou profissão. Os nossos jurístas são na maior parte, covardes e reféns dos regimes politicos. Alguns até fazem parte de "comités de especialidade". Os mais velhos parecem ter perdidos todos os valores, até mesmo aqueles que os nortearam para lutar contra a idependencia.


Enfim, África deve unir-se. Africa must Unite! A historia africana tem de ser recuperada e reeditada. Os angolanos devem tomar consciência que antes de terem esta nacionalidade eram africanos. E que o nosso desenvolvimento depende em grande parte da unidade de todos os povos de África.


Confrontados com esta realidade, temos de cultivar a noçao de que somos todos um povo com um objectivo e destino comum independenemente da nossa nacionalidade ou étnia. Imagine! Se toda a "inteligência negra" ao redor do mundo juntasse forças, interagindo social, politica, economica, historica e academicamente, consciêntes do destino comum que nos une, tenho a certeza de que uma revolução africana sería iminente. A palavra Revolução aqui, longe de ser associada a qualquer coisa violenta, significa antes demais uma verdadeira mudança no sentido positivo.

 

Marcus Garvey dizia: "Olhemos para África". Na minha opinião, África é a resposta, a resposta para tudo.

 

 

*Com a colaboração especial de Osvaldo Rodrigues

 

 

 

 

Comentario

Parabenizo a Baroneza Felizarda Mayomona e o Irmao Osvaldo Rodrigues

Nzusi Utola | 15-01-2011

Este artigo é para ser lido e relido, para ser compreendido e intendido. Para ser recebido e reenviado.

Nao tenho mto para comentar, ja senti a forca (Nuwaupu) é o caminho

O que é o Pan africanismo?

Professor Wikipédia | 08-12-2010

Muitos nao sabem do conceito de pan africanismo. Recentemente abordei o tema com certas pessoas que o acharam ser um conceito que se opoe a globalizaçao ou que fecha África ao mundo. Será? Para ajudar alguns trago aqui o seguinte:

O QUE É O PAN AFRICANISMO?
Definição do conceito:

O pan-africanismo é uma ideologia que propõe a união de todos os povos de África como forma de potenciar a voz do continente no contexto internacional. Relativamente popular entre as elites africanas ao longo das lutas pela independência da segunda metade do século XX, em parte responsável pelo surgimento da Organização de Unidade Africana, o pan-africanismo tem sido mais defendido fora de África, entre os descendentes dos escravos africanos que foram levados para as Américas até ao século XIX e dos emigrantes mais recentes.

Eles propunham a unidade política de toda a África e o reagrupamento das diferentes etnias, divididas pelas imposições dos colonizadores. Valorizavam a realização de cultos aos ancestrais e defendiam a ampliação do uso das línguas e dialetos africanos, proibidos ou limitados pelos europeus.

Pan-africanismo é um movimento político, filosófico e social que promove a defesa dos direitos do povo africano e da unidade do continente africano no âmbito de um único Estado soberano, para todos os africanos, tanto na África como em diáspora.

A teoria pan-africanista foi desenvolvida principalmente pelos africanos na diáspora americana descendentes de africanos escravizados e pessoas nascidas na África a partir de meados do século XX como William Edward Burghardt Du Bois [1] e Marcus Mosiah Garvey, entre outros, e posteriormente levados para a arena política por africanos como Kwame Nkrumah. No Brasil foi divulgada amplamente por Abdias Nascimento.

Normalmente se consideram Henry Sylvester Williams e o Dr. William Edward Burghardt Du Bois como os pais da Pan-Africanismo. No entanto, este movimento social, com várias vertentes, que têm uma história que remonta ao início do século XIX. O Pan-Africanismo tem influenciado a África a ponto de alterar radicalmente a sua paisagem política e ser decisiva para a independência dos países africanos. Ainda assim, o movimento tem conseguido dois dos seus principais objetivos, a unidade espiritual e política da África, sob o pretexto de um Estado único, e pela capacidade de criar condições de prosperidade para todos os africanos.

Origens do termo
Pan-Africanismo ou Panafricanismo, vem do grego, pan (toda) e africanismo (referindo-se a elementos africanos). A origem do termo é inserido no corrente filosófica-política historicista do século XIX sobre o destino dos povos. [2]. E a necessidade de a unidade de grandes conjuntos culturais ou “nações naturais” a partir do expansionismo imperialista ocidental. É discutido se a autoria da expressão pertence a William Edward Burghardt Du Bois ou Henry Sylvester Williams.

[editar] Definição
Em meados do século XX o Pan-africanismo foi explicado como a doutrina política defendida pela irmandade africana, libertação do continente africano de seus colonizadores e ao estabelecimento de um Estado que buscasse a unificação de todo o continente sob um governo africano. Alguns teóricos como George Padmore acrescentaram a partir da Segunda Guerra Mundial, que o governo panafricano deveria ser gerido segundo as premissas do socialismo cientifico. Outros teóricos postularam o caminho do rastafarianismo político, que defende um governo imperial.

Originalmente, o pan-africanismo centrava-se mais sobre a questão racial que no geográfico. Ainda hoje há muitos que defendam o caminho radicalista, visto os problemas de integração do norte da África, que conta com uma historia diferenciada árabe, em uma unidade cultural coerente com a Africa negra. Os objetivos do panafricanismo atual, ainda que sejam semelhantes aos originais, mudaram.

Espero ter ajudado.

Professor Wikipédia.

Viva a Felizarda

Jose Negro Kemet | 08-12-2010

Grande artigo da Felizarda e Osvaldo.
Que Deus vos abençoe.
É questao de se reflectir. Muita gente naos sabe o que é o pan africanismo nem o porque da sua importancia.

Questoes:

O que vai acontecer quando o petróleo acabar em Angola?

O que vai acontecer quando os diamantes acabarem em Angola?



E a Africa sempre teve este papel nos últimos quinhentos anos, de ser o provedor de matéria-prima, e provedor de mão-de-obra. Primeiro exportaram a mão-de-obra africana, com as cumplicidades locais, a África exportou quinze milhões de homens e mulheres para fora do continente, e hoje exportam-se as matérias-primas com a mesma tranquilidade.



O que é que vai acontecer quando as matérias-primas acabarem?


A Nigéria está praticamente no ponto de nos próximos dez a quinze anos, o petróleo já estará no fim.


O que será da Nigéria, e da Angola quando estes recursos acabarem?


A onde é que estão os verdadeiros planos de desenvolvimentos destes países africanos para manter a sustentabilidade?



Não somente nos próximos vinte e cinco anos, mas também no século XXІ, e além do século XXІ. Neste momento as grandes potências não estão a utilizar os seus recursos minerais, os Estados Unidos é um dos maiores produtores de petróleo, mas eles não tocam no seu petróleo, usam o petróleo de todos os outro países, desde a Venezuela, Angola, Gabão, de todos os países, porque eles sabem que quando o petróleo terminar no mundo, países como Angola, vão pedir de joelhos para comprar petróleo nos Estados Unidos. Então, eu gostaria de dizer aos jovens que reflictam, que o exemplo de Mário de Andrade deve seguido por vocês, o exemplo do pensamento crítico, reflictam sobre o futuro deste país, não só agora, mas sobre o provir de Angola, até sobre o provir do continente africano.


Porque lembrem-se, se a Africa não chegar nos próximos vinte e cinco anos a construir um Governo Federal, uma economia coerente a nível continental, meios de defesa coerentes e credíveis, e uma politica geral para o continente, uma política para o desenvolvimento, sobretudo uma política coerente e inteligente, e cientifica para desenvolver todo o continente e defender os seus recursos, se não chegarmos nos próximos vinte e cinco anos a articular este tipo de visão, se os jovens não defenderem este tipo de projecto, porque o único projecto que é digno de ser defendido é o projecto pan africano.


Fora de um projecto pan africano estamos perdidos. Porque, as independências nacionais confinadas a cada nação, já sabemos o que aconteceu antes, olhem para a Historia, a Africa foi conquistada, porque se conquistou um por um, cada um daqueles reinos, vocês se lembram do reino do Congo, conquistado utilizaram inclusive as forças daquele reino da Matamba, para conquistar outras populações, foi assim que o imperialismo avançou e se consolidou, se a Africa não chegar a se constituir numa potência central na Africa continental, com a Africa extra continental, estarão perdidos.

Laurent perdeu o poder - Costa do Marfim

Moco | 04-12-2010

vitória" nas eleições da Costa do Marfim e pediu para o presidente atual, Laurent Gbagbo, "reconhecer e respeitar" o resultado.

"Felicito Alassane Ouattara por sua vitória nas eleições de 28 de novembro. A Comissão Eleitoral Independente, observadores dignos de fé e críveis, assim como a ONU, todos confirmaram este resultado e certificaram sua confiabilidade", disse Obama em um comunicado.

"A Costa do Marfim está agora em uma encruzilhada. Convoco todas as partes, incluindo o presidente Laurent Gbagbo, a reconhecer e respeitar este resultado", acrescentou.

A felizarda mostra ter uma inteligencia acima da média da mulher angolana

Soba do jango | 02-12-2010

ela mostra que é uma angolana orgulhosa de ser africana de RAÍZ. preocupa-se com o estado de áfrica e aponta algumas soluçoes VERIDICAS e VIAVEIS, é assim que a juventude precisa pensar temos de resgatar o orgulho africano e honrar os nossos verdadeiros herois com nomes africanos: mandume, njinga mbandi, mutu ya kevela, etc.

Angolano que sente Angola a perder-se

Patriota e realista | 02-12-2010

Não acredito que ela seja angolana, as angolanas não pensam assim, e as que pensam assim não se manifestam porque receiam perder tachos ou nao subir no trabalho, a Felizarda, se for mesmo angolana é uma grande excepçao e merece os nossos paarbens, seria bom que existissem mais pessoas com esse pensamento de ambos os sexos: ela nao apenas criticou, como sugeriu soluçoes(maginifico). Se as soluções sao viaveis ou nao, depende da analise de cada um, mas que ela mostrou sabedoria e perspicacia disso nem um idiota duvida. Viva a mulher africana autoctene.

Viva

Qualquer | 02-12-2010

Felizarda grande abortagem.Corajosa e bem animada.Tem veias de muangolê.Além das criticas que fazes(o que temos de sobra é a covardia, dessistência na busca de soluções dos nossos problemas como humanos e africanos) trazes soluções.
Rica análise, apontas metas possiveis na prática.
Muitos dos politicos dessa África actual ão invez de priorizarem as nossas makas,andam mais oucupados no como ter mais e mais, para si, kanbas e familia.
Como se não bastasse ainda saem a ostentar riquezas duvidosas, provocando no povozinho além de inveja, uma raiva enorme mas controlada com alcóol e novelas.
Pode ser diferente, a politica torna-se assim um meio pela qual um individuo usa como meio de sair da instabilidade financeira. Dá a inpressão que um<chefe> o é para confundir e humilhar ão maxímo o já desgraçado subordinado.
Há muitos que se dizem ser governantes mas que acham satisfatório dificultar o mesmo eleitor que confio-lhe o destino.
Vergonhosa liderança com reféns a mistura obrigados a concordarem com o obscurantismo,com o risco de se não perder o ar condicionado e o microndas.
Agora que falar seja o que for é um acto de conspiração.Só nos resta cantar cuduro e outras babuceiras, saudar a fome, o fanatismo,o analfabetismo como orgulho nativo.Olhar para África já.

Uma África verdadeiramente Unida é um sonho que deve ser realizado

Anónimo | 02-12-2010

Comeco por dizer que gostei muito do teu artigo...

Abrange muitos pontos reais da nossa realidade enquanto angolanos e africanos. Nao penso que devemos culpar inteiramente os "homens" no poder, porque a uniao faz a forca. E claro que nos, o povo, nao temos tanto poder, mas se insistirmos e corrermos atras e possivel mudar (mesmo que seja pouco, ja e alguma coisa e alguma coisa e sempre melhor que nada). Devemos comecar por mudar a nos proprios, deixando o preconceito, medo e vergonha que temos da nossa propria cultura, e abraca-la. Lutar pelo que e nosso, nao so para incentivar quem cria o que e nosso ou usa o que e nosso, mas para ajudar a desenvolver por nos proprios na medida do possivel. Saber mais da nossa cultura, saber mais das nossas raizes, saber mais do nosso continente, pais, incentivar quem a estuda, incentivar quem a descobre, etc etc... se nos nao fizermos o europeu, ou o americano ou outro e que vai fazer por nos?? Se o fizer nao nos dira a mais pura verdade dos factos, antes nos contara a versao que interessa a eles que nos saibamos. Ja diz o ditado "se queremos algo bem feito, que o facamos nos mesmos".

Quanto a "Globalizacao" alem de ser uma exploracao, como ja foi mencionado no artigo e como ja outros comentarios o mencionaram, acrescento que e uma forma de dependencia. O Africano, nao me debruco sobre outros povos porque nao interessa, esta a habituar-se a usar o produto final feito pelos "mais desenvolvidos", nao se interessa em produzir, muitas das vezes coisas que facam o mesmo e melhor, porque "preferem" ir buscar de foram porque consideram o nacional inferior, quando o material utilizado para criar aquele bem saiu de Africa, do nosso seio, e saiu ao preco da chuva e vamos "re-comprar" aos olhos da cara, tudo porque nos habituamos que o de fora e melhor e de Africa nao presta. Temos que olhar para nos mesmos, corrigir o que esta errado e o errado e acharmos que dependemos de tudo que esta fora de Africa. Nao digo que temos que sobreviver completamente sem eles (porque isso e impossivel), mas e CERTO que nao precisamos depender tanto deles.

Quanto aos quadros da diaspora, penso que e uma boa ideia incentivar o seu retorno e ainda considero que os proprios angolanos fora, devem se preocupar em aplicar os seus conhecimentos em melhorar o seu pais. Esta e a nossa terra, nao vamos estudar, nos tornar doutores, engenheiros, pedreiros, arquitectos, mecanicos, etc etc, para desenvolver ou criar algo em nome do outro e para o outro. Venha reconstruir e desenvolver o seu pais. Ainda quanto a isso, os quadros bons Africanos, em especial angolanos, nao se encontram so na diaspora, dentro de cada pais tambem os ha. O governo pode muito bem incentivar e melhorar a qualidade de ensino, dar credito aos nossos profissionais, e preciso acreditar no que temos e lutar por isso.

Precisamos de uma uniao Africana SIM. Juntos seremos mais fortes. Partilharemos conhecimento, ajuda, incentivo e mostraremos que Africa nao e um continente cego, que se nao tiver alguem que oriente nao sobrevive.

estamos condenados

ponderacao | 02-12-2010

estamos condenados pelo tamanho da ignorancia que habita neste continente.

engracado e que os politicos africanos em vez de combaterem esta ignorancia, eles utilizam para fins pessoais.

assim e o africano, a pior combicao fatal e o africano com poder.

vimos em toda africa que o africano nao pode atingir o poder, angola e um exemplo mais explicito.

o africano quando atinge o poder fica deshumano, esquece todo que aprendeu nas escola, torna-se tribalista camufulado, e o mais importante, odeia o proprio africano.

a culpa ja nao e do branco, a culpa e nossa.

" Kuna Twa dila Wiki, ku twa sisa e Nkutu ya Ngangu". La bem na Euforia festiva das Independencias foi la onde nos esquecemos do Kilamba da Sabedori....

Novembro 56 | 02-12-2010

Isto e bonito mas infelizmente defaseado no tempo e no Espaco.
Com Traidores como Neto e seitas Satanicas Rosa Coutinoenses MPLA a serem injectados nos frageis e nascentes Nacionalismos africanos, la bem no inicio das Independencias, o nosso Destino ja estava tracado pelos proprios Colonos.

Eles so deram dois passos a traz e deixaram a nu, seus Kapangas que nos injectam o que nos da Sarna ate aos dias de hoje....
Nao e a toa que Mobutu correu com eles de Leopoldville naltura, foi por causa do temor a Traicao.
Hoje e so ver que tipo de Elite governativa que tens.

Se ficares numa esquina da Cidade, sobretudo Luanda; e so ver nos Carroes de Luxo, nos Balcoes bancarios, nas Petroliferas, etc...que tipo de Gente esta la dentro...
Ou talvez nas Patentes da defesa, Seguranca e Ordem
Publicas....

A politica Colonial de DIVIDIR PARA MELHOR REINAR foi genuinamente estudada e aplicada a letra antes mesmo que as independencias fossem atribuidas e fazem questao de preserva-la ate hoje com todos os meios a seu dispor...

Bajulas, Oportunistas e Intrusos e que nao nos faltam para levarem a operacao avante...

Angola ate se nao me engano, deve ser o unico Pais do Mundo que teve a independencia que teve sem a Presenca do proprio colononizador e das outras forcas vivas de libertacao, no acto da proclamacao e nao existe nenhum Papel assinado nem houve o areiar simbolico e simultaneo das bandeiras em atos do genero...

E so ver o tipo de convidados que o MPLA mandou vir para os 35 anos da Dipanda.
So a vinda do Benfica para vir nos humilhar valeu-nos 2.500.000.00 USD, seguido de condecoracoes partido-unicossistas

Ate omitiram arogantemente os FNLA e UNITA, para um mes depois ensenarem uma humilhante e sem escrupulos apresentacao de supostas desculpas, via um Menino de Recados, sem mesas, nem copos de agua, nem bolos, ate as moscas ha muito esqueceram-se do evento.

Para o MPLA e seus Lacaios os amigos sao Brazileiros, Cubanos, Sovieticos, (Caboverdianos e Saotomenses assim como Katangeses sao o MPLA), e a liga mafiosa da UE assim como os Israelitas e Chineses.
Os Vizinhos , ate mesmo aqueles que os deram Guarida durante o Colonialismo juntamente com os Angolanos que la se refugiaram, sao inimigos....

Resumindo:
A Unidade africana na formula do passado e IMPOSSIVEL
A Intgracao regional, sim e possivel.
Mas a Mundializacao tambem criou um contexto em que as Pessoas sao obrigadas a interagirem para o bem commum.

Tanto que as fronteiras politico administrativas e Territoriais vao perder cada vez mais sentido a medida que as convencoes internacionais forem ratificadas por todos ou pelo menos pela maioria dos Paises e Governos.

Todos dependem de todos
Ja ninguem pode se fechar a si e pretender nao depender nem precisar de ninguem,,,,
Havera sempre algo que precisaras e que nao possuiras, assim o inverso vale tambem.

Afinal de Contas DEUS NOS FEZ IGUAIS.

Re:" Kuna Twa dila Wiki, ku twa sisa e Nkutu ya Ngangu". La bem na Euforia festiva das Independencias foi la onde nos esquecemos do Kilamba da Sabedori....

Nha Katolo | 02-12-2010

É de concordar com o seu pensamento...
Mas nas entrelinhas nao há nada no texto que transpareça a ideia de que África e/ou os africanos se devam isolar do resto do mundo. Ficou-se sim com a ideia de que Africa e os africanos tambem devem considerar-se uns aoutros e unir esforços para evitar um novo tipo de dominaçao, principalmente a dominaçao economica e cultural. Logo, ao passo que buscamos cooperaçao com outros paises do mundo fora de África, o texto desta articulista nos mostra que África nao deve ser esqecida mas que pelo contrario deve ser priorizada nas relaçoes porque estamos inseridos dentro desta regiao. O que de facto se verifica actualmente é que Angola so tem amigos fora da África e no discurso do Estado da Naçao o propio presidente da republica nao fez mençao de UM SO país africano amigo dentro da região...

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