Mercado do Panguila está aberto ao público

Mercado do Panguila está aberto ao público
Os portões do mercado do Panguila, no município de Cacuaco, abriram, ontem, ao público, com 8.582 vendedores registados, mais 300 do que havia no Roque Santeiro.
 
Victorino Kitocolo, administrador do mercado, disse que o número de vendedores vai ascender a dez mil porque vão ser incluídos todos os do Roque Santeiro no circuito comercial do novo espaço do Panguila.
Deste modo, esclareceu, vai reduzir-se a área do parque de estacionamento para poder admitir mais pessoas. Para a venda de bebidas e de alimentação, afirmou, a prioridade é para as pessoas mais velhas, que vão repartir os 70 restaurantes disponíveis. Kitocolo salientou a circunstância do mercado ter beneficiado, a pedido dos interessados, de várias adaptações para poder instalar mais vendedores.
 
Na próxima semana, referiu, equipas técnicas vão analisar o funcionamento dos vários sectores do mercado e a Polícia passa a trabalhar com mais efectivos. "A transferência do mercado do Roque Santeiro para o Panguila significa uma mudança histórica na maneira de comercializar nos grandes espaços", disse.
 
Rosa Caxe, vendedora no Roque Santeiro desde 1992, aceitou o novo desafio de se transferir para o Panguila. Está satisfeita. Mora no bairro S.Pedro da Barra. Vender mochilas sempre foi o seu negócio. Até às 14h00 não tinha vendido nada, mas considerou isso normal, por ser o primeiro dia do mercado novo. 
 
Um dos grandes problemas para ela é o engarrafamento a partir da zona da Vidrul devido ao estreitamento da via que conduz ao mercado. Ontem, disse, pagou 500 kwanzas ao taxista para a levar de casa ao mercado. Mesmo assim, acredita que, brevemente, "o constrangimento vai desaparecer", com a reabilitação em curso na via.
 
Na bancada 3120, está Luzia Francisco, também vinda do Roque, onde vendia bacalhau e natas. Depois de 11 anos, mudou-se para o Panguila. De Cacuaco, onde mora, ao novo local de trabalho gasta apenas cem kwanzas. Até às 13h00 também não tinha vendido nada. Como dona Rosa, atribui isso ao facto de ser o primeiro dia, "as pessoas ainda não estão habituadas ao novo mercado, que tem tudo para dar certo".
O trânsito, por vezes infernal, não faz Isabel João, que ganha a vida a vender peixe fresco, desistir. Ao fim da manhã, preparava-se para levar cachucho, pargo mulato e matona para as câmaras frigoríficas do mercado porque o negócio estava fraco. Defende que “o governo provincial deve aumentar a frota de autocarros porque os taxistas aumentaram o preço da corrida”.
 
Luindila Vita foi ontem ao novo espaço por curiosidade. Deu umas voltas e acabou por comprar couve e tomate. Afirmou que o mercado do Panguila "está estrategicamente localizado" e que "os produtos agrícolas da zona norte vão ter como principal destinatário o novo espaço, o que deve fazer reduzir os preços".
Kitocolo visitou vários sectores do mercado e ouviu algumas pessoas reclamarem um lugar para venda. "É uma minoria, são antigas vendedoras do Roque, que vendiam produtos manufacturados, mas vamos encontrar mecanismos para resolver o problema", assegurou.
 
O administrador do mercado garantiu que "há pessoas que vendiam à margem do Roque, que não estavam registadas, e agora reivindicam um lugar no Panguila". Mesmo para estas pessoas há esperança: "Vamos acolher todos no mercado, é normal que exista uma certa agitação pelo facto de ser o primeiro dia".  
Algumas pessoas têm vindo a público queixarem-se dos acessos. Victorino Kitocolo disse que "a coisa não pode ser vista apenas por um ângulo, porque quem vive no Panguila, Viana, Cacuaco, Kifangondo e arredores não pensa assim, antes pelo contrário, está satisfeito com a localização do novo mercado, que pode receber camionistas com produtos provenientes das províncias do Uíge, Bengo e Zaire sem problemas, utilizando a Estrada Nacional 100".
 
Os camionistas de Malange, Huambo, Kwanza-Norte e Kwanza-Sul, frisou, podem perfeitamente, a partir da via Catete-Kifangondo, chegar facilmente ao novo mercado.  
Antónia da Costa, vendedora de hortaliças e frutas no mercado de S. Paulo, depois de ter estado dez anos no Kinaxixi, abastecia-se no Roque Santeiro. Ontem, tinha a bancada às moscas. Faltavam-lhe cenoura, feijão verde, tomate, quiabos, gimbôa e a couve. 
 

Doravante, disse, vai recorrer ao mercado de Catim-Ton e Kikolo. Mas, o Roque, como estava, reconheceu, "não podia continuar, um dia tinha de ter fim". 

 

 

Fonte: Jornal de Angola 

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