Mensagem do secretario da Unita no Huambo para o Povo do Huambo

  Mensagem do secretario da Unita no Huambo para o Povo do Huambo

 Angolanas e angolanos!

Querido povo do Huambo!
 
 
 
Meu nome é Liberty Chiyaka. Sou um filho do Huambo, vosso filho e irmão. Nasci em Janeiro de 1975. Sou um dos muitos jovens deste País que, tal como vocês, estou preocupado com o futuro de Angola. 
 
 
Sou o novo Secretário da UNITA no Huambo e, nessa qualidade, quero aproveitar a ocasião do 35º aniversário da proclamação  da Independência Nacional, para saudar o povo de Wambu Kalunga, Numa, Katiavala, Ekuiku II, Tchikundia Kundia,  Kandimba,  Daniel Ekundi. Saúdo patrioticamente a todos, em particular aos jovens e aos mais velhos, aos sobas da província, aos professores, aos enfermeiros, aos militares, aos polícias, aos governantes, aos deputados, aos empresários, juristas, jornalistas, à todos, de todos os partidos e de todas as religiões. Saúdo a todos os angolanos para vos transmitir uma mensagem política.  
 
 
A minha mensagem é uma mensagem de paz e de esperança. È a mensagem da mudança. Ao dirigir esta mensagem, quero fundamentalmente situar a responsabilidade do Povo do Huambo no futuro de Angola e reafirmar que a nossa contribuição à Pátria é incondicional! O povo do Huambo precisa de um novo governo que traga uma nova vida e ajude a construir uma Angola para todos.
 
 
 
 Decorridos 35 longos anos de martírios e sacrifícios sem conta, suportados heroicamente pelo povo angolano combatendo pela conquista da democracia e o Estado de Direito e volvidos 8 anos desde a conquista da paz militar, urge reflectirmos juntos donde viemos, onde estamos e para onde vamos:
 
 
- Há cerca de 35 anos, Angola iniciou um período de grave distúrbio jurídico e político que abalou a unidade da Nação, subverteu o papel do Estado,  promoveu a má governação e aprofundou as desigualdades sociais. Esse período está a chegar ao fim, porque estamos a preparar um novo governo para governar Angola e uma governação assente na democracia, no conhecimento e na boa governação (transparência).
 
 
 
 Dirijo-me em particular aos jovens porque têm a força e os talentos para construir  um novo quadro social. O quadro social actual é desolador para 35 anos de independência: somos cerca de 18 milhões, com uma expectativa de vida inferior a 45 anos! Angola está classificada como um dos 10 Países mais corruptos do Mundo, mal governado (atrás da Guiné-Bissau), com um baixo índice de desenvolvimento humano. Angola possui uma taxa estimada de analfabetismo de 60 %, enquanto a média africana é de 40%. Mais de 60% da população activa é desempregada. Apenas 34% da população consome água potável e mais de 68% vive abaixo dos limites da pobreza. Há menos de um médico para cada 10,000 habitantes. Conquistamos a independência, mas os angolanos ainda não são livres: não podem içar a bandeira do Partido da sua escolha. Tal acontece no Ussoke, na Chipipa, na Galanga, Kumbira, Mbave, etc.
 
 
 O estado da saúde pública é ainda mais preocupante. Muitos angolanos ainda têm de pagar para receber uma consulta médica nos hospitais do Estado. Apesar de terem sido aprovados mais de um bilhão de dólares para serem gastos nos cuidados da saúde do povo, o Governo não consegue controlar a malária, a cólera e até a raiva! Os hospitais não têm medicamentos; não têm seringas. Pedem aos familiares dos doentes internados para comprarem no mercado os medicamentos e as seringas que o Estado já comprou com o dinheiro do povo doente. E quem vende? São os mesmos responsáveis dos hospitais, directamente, ou através de terceiras pessoas. Vejam bem: o Governo usa o dinheiro do povo para comprar equipamentos médicos e medicamentos, mas não utiliza estes meios para cuidar da saúde do povo! O sistema de ensino continua a não ser capaz de satisfazer as necessidades da diversificação da economia. 
 
 
 Todas as pessoas com quem falamos dizem-nos que aqui no Huambo  exigem mesmo o cartão de membro do MPLA para ter acesso a oportunidades e benefícios sócio-económicos constitucionalmente consagrados. Para conseguir uma junta médica é preciso ter o cartão do MPLA. Para conseguir um crédito bancário ou a aprovação de um negócio, é preciso ter cartão do MPLA. Isto não é independência. Os cidadãos têm direitos iguais e ninguém deve exigir cartão do MPLA para usufruir o seu direito de ter um bom emprego, o seu direito de ter riqueza na sua própria pátria. 
Mas, eu vos digo que também, nem todos os do MPLA têm benefícios. Só aqueles que pertencem aos grupos dos chefes. Isto significa que, contrariamente ao que nos prometeram, os dirigentes do MPLA estão a governar para um grupo de pessoas ainda mais pequeno do que o MPLA. Não estão a governar para todos os angolanos, independentemente da sua religião ou da sua filiação política. Não foi para isso que os angolanos conquistaram a independência. Conquistamos a Independência para sermos livres, dignos e prósperos.
 
 
Perante este quadro sombrio definimos uma agenda clara e objectiva. A nossa agenda política é o futuro. O nosso futuro é de Liberdade, de Inclusão e de Democracia Autêntica. A agenda política, social, económica e cultural é a dignidade dos angolanos e das angolanas de todas convicções políticas, crenças religiosas e filosóficas, origens sociais, étnicas e culturais. A nossa agenda é a  Paz de espírito. A nossa agenda social é a  justiça económica, é o progresso e  desenvolvimento humanos, é a sensibilidade humana e a responsabilidade social. A nossa agenda política é a organização e consolidação de processos eleitorais justos, transparentes, democráticos, competitivos e credíveis para legitimidade institucional dos órgãos de soberania do poder do Estado. A nossa agenda é a fiscalização da acção governativa. A nossa agenda é a construção do Estado social dialogante. A nossa agenda é a concertação social permanente no interesse da Pátria plural, pois a nossa Pátria está sempre em primeiro lugar. A nossa agenda é a construção de um ambiente político verdadeiramente democrático fundado nos  marcos da CONSTITUIÇÃO da III República e da Lei.
 
 
A nossa agenda é a alternância do poder político. A UNITA defende mudança com alternância e não mudança na continuidade, com os mesmos vícios, os mesmos defeitos, as mesmas políticas falhadas em 35 anos de Independência. Defendemos a alternância do Poder Político com novas políticas e práticas de governação, mudança com grandeza moral e ética. Defendemos mudança com nova mentalidade, nova cultura de serviço público responsável e temporário, com foco no mérito, na competência e nos valores humanos da honestidade e integridade das lideranças. Defendemos uma  mudança sem vinganças e sem violência.
 
Defendemos uma mudança pacífica e democrática com moderação e estabilidade, que aprofunde a reconciliação nacional, e construa a paz social que traga melhor saúde, melhor educação, mais empregos e justamente recompensados e equidade de oportunidades. A mudança que Angola reclama e a UNITA garante é uma mudança que respeite e proteja o património de todos. Não vamos tirar dos que já têm para dar aos que não têm. Vamos construir coisas novas. Não vamos despedir os que já estão empregados. Vamos criar novos empregos. Não vamos expropriar terrenos alheios. Vamos aproveitar novas terras e premiar aqueles que trabalham a terra e criam empregos para aumentar a riqueza nacional. Não vamos apontar culpados nem incitar radicalismos. Vamos colocar definitivamente uma pedra sobre o passado e encetarmos todos juntos uma nova caminhada rumo ao futuro. 
 
Defendemos a alternância do Poder Político como necessidade de todo o Povo Angolano incluindo os actuais governantes. A alternância é a vitória da imaginação, da criatividade e da inovação sobre a monotonia, a rotina e o cansaço do sistema. A alternância é a vitória da inclusão sobre a exclusão, da prosperidade sobre a pobreza, da integridade sobre a corrupção. Alternância é a vitória do Futuro de plena cidadania e Democracia sobre o passado de medo e ódios, e sobre o presente de receios e injustiças!
 
 
  A alternância é o triunfo da dignidade sobre a subjugação, do conhecimento sobre a ignorância, da ciência e progresso sobre o obscurantismo, da excelência sobre a vulgaridade e da exigência técnica sobre o trafico de influências. A alternância é a vitória do patriotismo sobre o partidarismo. A alternância é a vitória da competência e do mérito como critérios de promoção política e social sobre o cabritismo e o nepotismo. A alternância é a vitória da governação participativa, patriótica e da humanização do crescimento económico sobre a governação individualista, partidária e demagoga! A alternância é a vitória da distribuição justa da riqueza nacional e da primazia do angolano no acesso as oportunidades e benefícios económicos e sociais.
 
 
A Alternância é uma necessidade política e histórica para o País se libertar da indigência, da corrupção, da pobreza, do analfabetismo, do medo e da dependência ao estrangeiro. A alternância é a vitória do Estado democrático, de boa governação e de sã convivência nacional.
 
 
 
Vamos transformar o Huambo numa Província culturalmente mais rica e economicamente mais próspera, mais competitiva, mais limpa e mais organizada. A qualidade de vida do Huambo (antiga Nova Lisboa) tem de ser superior à qualidade de vida de Lisboa. Vamos transformar as escolas do Huambo num viveiro de quadros técnicos capazes, de líderes industriais e científicos bem qualificados e comprometidos em primeiro lugar com a Pátria, a ciência, a técnica, e o desenvolvimento.
 
 
Vamos acabar definitivamente com a exclusão e as injustiças. Não haja mais uma Angola dos pulas (brancos), dos latons (mulatos) e outra dos mbumbus (negros). Não haja mais uma Angola dos Kaluandas e outra dos Bailundos desprezados e dos langas humilhados. Não haja mais angolanos de primeira e angolanos de segunda que uns têm tudo e outros não têm nada.
 
Vamos construir uma Angola onde as Províncias do Interior beneficiem tanto dos investimentos públicos como qualquer província do litoral, onde os hospitais do Interior estejam tão bem apetrechados como as clínicas Sagrada Esperança ou Multiperfil. Uma Angola onde as pessoas se sintam bem tanto no interior como no litoral. Uma Angola onde os pais se sintam orgulhosos de educar os seus filhos. Fazer do Huambo uma terra de convivência fraternal e não mais o centro do radicalismo partidário e insensibilidade política, é uma necessidade nacional e um imperativo de consciência para todos os patriotas angolanos filhos e amigos do Huambo.
 
 
Como angolanos, temos consciência das causas profundas da guerra que abalou o País e dilacerou a alma angolana: a exclusão política, social, económica e cultural, as injustiças, o hegemonismo partidário ou de grupos, o absolutismo e a ditadura, a falta de democracia, a violação dos direitos humanos fundamentais, a fraude eleitoral, as extremas desigualdades e intolerância política criaram e alimentaram os conflitos político-militares e sociais. Culpados fomos todos nós e vítimas também fomos todos nós.
 
 
O País não precisa de radicalismos partidários, de hegemonismo de grupos, de ameaças, arrogâncias nem de eliminação de opositores políticos. O País precisa de todos os seus filhos, suas ideias e sua contribuição. O País não ganha com o passado de cultura e pensamento monolíticos. O Pais precisa de boa governação, de sensibilidade política, de unidade na diversidade, de respeito pela diferença e de moderação.
 
 
Para a realização de uma Pátria plural e de sã convivência nacional, defendemos a democracia política como cultura, a justiça social e económica como valores e o desenvolvimento harmonioso e equilibrado do País como princípio fundamental da unidade nacional e estabilidade política. Estabilidade não é absolutismo, ditadura, clientelismo, hegemonismo, partidarismo e conformismo. A estabilidade política é resultante da vontade do povo angolano de viver em Paz e consentir sacrifícios nesta fase de transição democrática.
 
Estabilidade será consequência do exercício responsável e solidário das instituições democráticas. Estabilidade será fruto da boa governação, da transparência, da sensibilidade humana e da vontade patriótica dos governantes servirem o povo em primeiro lugar e não se servirem. A  estabilidade será  fruto da prática da reconciliação nacional, do usufruto por todos dos ganhos da Independência, da democracia e da paz, da participação das comunidades na governação, do funcionamento regular e credível dos mecanismos de controlo e fiscalização da acção do governo e independência do poder judicial.  Estabilidade não é dependência política, económica e financeira do Parlamento ao Executivo, nem da sociedade à um Chefe todo poderoso, a um Partido ou grupo económico. A estabilidade é resultante das convicções democráticas, consensos e respeito pelos adversários políticos e elevação moral dos governantes. A estabilidade política resulta da inclusão, da convivência na diferença, unidade na diversidade, do respeito pelas diferenças e da consciência patriótica plural.
 
 
Compatriotas, correligionários, filhas e filhos do Huambo, governantes e governados, políticos ou não, crentes e não crentes, jornalistas, desportistas, ricos ou pobres, militares, policiais, Quadros Médios e Superiores, académicos,  juventude viçosa e abnegadas mamãs da nossa Província do Huambo: Sobre os vossos ombros, na vossa consciência e nas vossas mãos  está parte da esperança de um povo, humilde e trabalhador cansado de chorar as desgraças nossas. Assumamos com patriotismo o nosso passivo e comecemos uma nova página nas nossas relações humanas, sociais, políticas, culturais e organizacionais.
 
A Democracia Angolana depende em grande parte da coragem, da consciência e determinação do povo do Huambo de rejeitar o fatalismo, o conformismo, o medo, a subjugação, a corrupção, a mendicidade e a humilhação. O Povo do Huambo não se pode calar ante o mar de injustiças que se nos têm dado a viver e observar. Está em causa o destino e a dignidade do povo angolano. Apelamos aos patriotas angolanos, honestos e íntegros no sentido de nos unirmos e impedirmos por todos os meios pacíficos e lícitos ao nosso alcance, para que Angola não retroceda do caminho da democracia.
 
A democracia é o regime político da paz e do desenvolvimento harmonioso e sustentado por homens e mulheres livres. O futuro pertence-nos. O futuro do Huambo não pode ser de subjugação e mendicidade. O futuro do Huambo e de Angola têm de ser de trabalho, dignidade, justiça, igualdade de oportunidades e honra. É importante que os quadros, o povo e os governantes do Huambo, interiorizem o chamamento do tempo e assumam as suas responsabilidades históricas. A vossa e nossa missão é resgatar o orgulho e a dignidade do Huambo, por isso unamo-nos e trabalhemos juntos para mudança de governo através do voto massivo na bandeira do Galo Negro, a bandeira da dignidade e liberdade em 2012.
 
 
A UNITA defende o diálogo estruturado entre todas as forças vivas da Província, isto é, Governo, Igrejas, Partidos Políticos, Associações Sócio-Profissionais, ONGs, Universidades para a definição da arquitectura estratégica de competências políticas, económicas, sociais, culturais, técnicas e humanas inerentes ao desenvolvimento do Huambo.
 
Angola e os Angolanos exigem efectivamente o diálogo, e o Huambo não se pode alhear ao desafio da construção de um País moderno, desenvolvido, solidário, livre do medo, da pobreza e da corrupção.
 
 
O povo do Huambo deve se posicionar na dianteira da caravana da defesa de uma  Pátria verdadeiramente livre, independente e de igualdade política e jurídica para todos os seus filhos. Enquanto Angola não for livre da pobreza, da corrupção, do medo, do obscurantismo, da indigência, da subjugação, da exclusão e das injustiças, o combate do povo do Huambo vai continuar de modo abnegado por todos os meios pacíficos, democráticos e legais. É por uma Angola que fala para os angolanos, dialoga com os angolanos, caminha com os angolanos, trabalha com os angolanos, pelos angolanos e para os angolanos que lançamos esta MENSAGEM de liberdade.
 
 
Minhas irmãs e meus irmãos! Ainda temos um longo caminho a percorrer. O Ministro da educação não confia no sistema de educação que ele administra, por isso, os seus filhos estudam no estrangeiro. O Vice-Presidente da República não confia nos hospitais que ele governa, por isso, ele tem se tratado nos hospitais estrangeiros. É verdade que o Presidente da República está a construir mais escolas, mas a qualidade do ensino é má e ele próprio não confia nas escolas angolanas, por isso, os seus filhos estudam na escola portuguesa.
 
 
A UNITA confia nas capacidades e nos talentos da juventude angolana. Por isso, vamos trazer para Angola os catedráticos brasileiros, americanos, chineses, sul-africanos e vamos aprender com eles aqui no Huambo. Vamos fazer programas sérios de investigação científica. Vamos fazer investimentos massivos na educação e no desenvolvimento integral das capacidades da juventude. Vamos transformar a nossa Província querida numa terra de prosperidade, hospitaleira para todos, um lugar de justiça, de mérito, de ciência e progresso que irradia para todo o País o grito contra o obscurantismo, contra a pobreza material, espiritual e cultural.
 
 
A conquista da independência e da democracia já custou muitas vidas, custou cadeias, custou destruições e mortes. Nós, angolanos todos, já pagamos o preço. Já não precisamos mais de prisões, perseguições, medo e ameaças, porque já conquistamos o Estado de direito, a soberania e a democracia. Não conquistamos a democracia só para Luanda. Tem de haver democracia aqui no Huambo e em toda a Angola. Nenhum governador, nenhum Administrador, nenhum soba ou dirigente partidário, ninguém mas absolutamente ninguém mais pode andar aí a ameaçar as pessoas e impedi-las de serem livres.
 
Somos independentes há 35 anos, por isso temos o direito de sermos livres, simplesmente sermos livres. Livres de escolher, livres de realizar, livres de residir, livres de aceitar ou negar as ideias de outrem, livres de içar as nossas bandeiras e participar na vida pública. Existe a bandeira da República, que é de todos nós. E existe também a bandeira dos partidos. A bandeira da República é para ser içada nos edifícios públicos. A nossa bandeira é para ser içada onde nós quisermos, em todos os lugares: nas nossas casas, nos nossos comités, nas nossas aldeias. A bandeira da República é do Estado. A bandeira da UNITA é nossa, é do povo. O Estado é multipartidário: isto quer dizer que a bandeira da República significa também a bandeira da UNITA. Dentro da República existe a UNITA. A UNITA e o  MPLA criaram a república de Angola, em 1992, na sequência dos Acordos de Paz Para Angola, assinados em Bicesse, no dia 31 de Maio de 1991.
 
Que os angolanos não percam o sentido da sua missão e história. O País livre, próspero e digno que queremos construir exige coragem. Todos somos livres de aceitar ou não as ideias dos outros, mas ninguém seja livre de violentar a consciência e o património de outrem. 
 
Com fé num futuro de prosperidade deixamos para todas as angolanas e angolanos o nosso comprometimento: A UNITA vai trabalhar dia e noite, sem fraquejar com sentido patriótico como parceiro do Governo na construção de um ambiente democrático, de competição leal, justa e transparente e na edificação da Pátria Angolana inclusiva, para que todos aqueles que amam verdadeiramente Angola, nacionais e estrangeiros realizem os seus sonhos. Nós da UNITA, somos homens e mulheres que têm Angola como sua única Pátria Amada. Somos homens e mulheres que selaram com Angola um compromisso de honra e dignidade do angolano. Alguns continuam a ver Angola como um corpo inerte para virem tirar dela as riquezas e levarem para o estrangeiro. 
 
Nós da UNITA respeitamos os outros, mas não temos medo de ninguém. Acreditamos na democracia que produz a paz. Acreditamos na boa governação e na alternância. Acreditamos também que quem tem um bom programa de governação não teme nem persegue os adversários políticos, não alimenta o medo nem incita a violência e assassinatos de opositores políticos. Quem governa bem não alimenta a indigência e a dependência, não humilha o povo exibindo imagens do povo carente recebendo fuba, sal ou fardo adquiridos com o dinheiro do mesmo povo. Esta era a política indígena que os colonialistas portugueses faziam, com os seus chefes de posto e os seus cipaios. 
 
Acreditamos no patriotismo e na boa governação. Um Governo patriota não deixa os funcionários públicos com atrasos salariais de 2, 3 ou mais meses. Povo do Huambo! Sabiam que a Assembleia Nacional vai gastar 43 milhões de dólares para comprar 250 carros BMWs, para 220 Deputados? Isto significa que cada carro vai custar $172,000.00 USD. Vejam bem, um carro por $172,000.00 USD. Com este dinheiro podemos comprar uma boa casa com cinco quartos, duas casas de banho, cozinha e um grande pomar. E dava para beneficiar 250 famílias. Mesmo que comprassem carros de $60,000.00 USD cada, sobrariam $112,000.00 USD para cada família, ou seja uma poupança total de $28,000,000.00 USD. Com este valor dava para formar 2.800 jovens licenciados em 4 anos, a média de 250 USD de propina mensal! 
 
É assim que os dirigentes do MPLA gastam e esbanjam o dinheiro do povo. O preço dos carros, das estradas, da comida ficam altos porque eles aumentam os preços com a prática da sobre facturação. Incluem as comissões, as grandes gasosas. Uma parte do dinheiro que o Estado paga, volta para os bolsos dos titulares dos cargos públicos. Toda a gente sabe disso. É por isso que a classe governante está extremamente rica e o povo extremamente pobre, porque os que governam fazem negócios consigo mesmo. O dinheiro de todos nós está sendo desviado ilicitamente para os bolsos de alguns. E são sempre as mesmas pessoas! Estamos há 35 anos nesta vida. 
 
Nós, filhos do Huambo, acreditamos que a via útil para o futuro de Angola assenta no triângulo democracia, boa governação e conhecimento. E nesse respeito, os dirigentes do MPLA falharam. Na democracia, falharam, na governação falharam muito; no conhecimento também falharam. Falharam na democracia porque não têm convicções democráticas, aliás o Presidente do MPLA foi honesto ao afirmar que a Democracia lhes foi imposta. Sem democracia não pode haver instituições fortes e credíveis, não há uma economia diversificada e sustentável capaz de produzir riqueza por todos para o benefício de todos.
 
Os dirigentes do MPLA falharam na governação, porque não gostam de ouvir as pessoas que pensam diferente. Não dialogam, gostam de impor. Não ouvem as críticas, gostam de ameaçar. Falharam porque não prestam contas. Não gostam da transparência, gostam da corrupção. Mesmo perante denúncias de todos os lados, não mudam, não combatem a corrupção. Apregoam a tolerância zero para os mais pobres, o peixe miúdo; mas para os mais ricos, o peixe graúdo, aplicam a tolerância 100.
 
Os dirigentes do MPLA também falharam no conhecimento, porque não investem na educação de qualidade. E sem educação de qualidade não há futuro de desenvolvimento humano e social. Há estradas, pontes e prédios, mas as pessoas empobrecem no intelecto, na alma e no espírito. Os governantes dão cerveja, maratonas (3 cucas 100 Kzs) e vinho aos jovens, em vez de darem livros e bibliotecas. Subsidiam o preço da cerveja e encarecem o preço das propinas, dos fertilizantes, dos telefones, das casas, dos livros, dos combustíveis e até  da comida.
 
 
Minhas irmãs e Meus irmãos:
 
 
Depois de 35 anos sem democracia, sem conhecimento e sem boa governação, chegou o momento da alternância. Chegou o momento de o povo escolher a UNITA para substituir o MPLA no Governo de Angola. Chegou o momento do MPLA passar para a oposição e a UNITA passar a governar. Vamos começar aqui no Huambo!
 
 
o A UNITA quer construir o futuro – os dirigentes do MPLA  vivem do passado;
 
o A UNITA semeia a esperança – os dirigentes do MPLA  semeiam o medo.
 
o A UNITA quer investir na ciência, no conhecimento e na competência – os dirigentes do MPLA dão  
obscurantismo,  corrupção e o cabritismo;
 
o A UNITA quer emprego para todos e salários justos, pagos sem atrasos  – o governo MPLA paga salários de miséria, atrasados com  descontos compulsivos e arbitrários, algumas vezes desviados para os bolsos dos chefes e não depositados na segurança social;
 
o A UNITA quer desenvolvimento descentralizado no País – os dirigentes do MPLA o centralismo e a dependência do interior a Luanda;
 
o A UNITA quer democracia e liberdade – os dirigentes do MPLA cultivam o autoritarismo,  clientelismo e bajulação;
 
o A UNITA quer casas condignas e terrenos próprios para o povo – o governo do MPLA faz demolições, expropriações e casas apertadas e descartáveis;
 
 
o A UNITA quer Desporto e Cultura para mentes sãs em corpos sãos – o governo do MPLA dá feriados prolongados com bebedeiras  e ressacas;
 
 
o A UNITA quer saúde e dignidade para os jovens – o governo do MPLA dá à sociedade drogas, prostituição e alienação;
 
 
o A UNITA quer respeito pela tradição, pelas línguas e pela cultura de cada região – os dirigentes do MPLA subvertem a tradição, utilizam os sobas para o activismo partidário, ameaçando as pessoas e tratam-nos como cipaios ferindo a dignidade africana;
 
 
o A UNITA quer uma Angola para todos, com vários partidos fortes e alternância no poder político – os dirigentes do MPLA quer uma Angola só para alguns, com um Partido fraco (os fortes respeitam a diferença e aceitam a alternância), que fica 35 anos no poder.
 
 
 
O MPLA precisa de descansar um pouco. É do interesse de todos, que o MPLA vá em 2012 para a oposição. Angola precisa de respirar outro ar, com outros governantes, com outras ideias, para haver progresso.
 
 
 
 A alternância é a vitória da revitalização da sociedade. A alternância é a vitória do desenvolvido descentralizado, produzido por angolanos para o benefício de todos, sobre o desenvolvimento centralizado, dependente do exterior, baseado no petróleo e para o benefício de uns poucos.
 
 
Patriotas angolanos, povo do Huambo:
 
 
Não fiquemos calados perante o quadro sombrio de injustiça e miséria que atinge mais de 70% da população angolana. A Igreja que tanto lutou pela Paz militar e tem lutado pela Paz social e edificação de uma Pátria Justa e igual para todos não se cale perante o drama social, de violações dos direitos humanos e recuos do ambiente democrático.
Que os juízes se recusem a proferir sentenças políticas impostas por fundamentalistas partidários, pois direito é justiça e o que não é de direito é injustiça.
 
 
Que a comunicação social não seja usada para alimentar ódios, exacerbar contradições e dividir os angolanos. Que os jornalistas, também se recusem categoricamente ver seus trabalhos censurados e desempenhar o papel de activistas partidários do passado.
 
 
Que os oficiais e agentes dos órgãos de defesa e segurança não aceitem ser sacrificados para defender injustiças que se cometem em nome do Estado. Que os oficiais, praças e agentes das FAA, Polícia Nacional e Serviços de Inteligência e Segurança do Estado saibam distinguir entre a defesa do Estado democrático de Direito e a defesa dos negócios privados em nome do Estado.
 
 
É nossa convicção que o povo do Huambo não escolheu em 2008 a subjugação, a indigência, as perseguições políticas e a corrupção generalizada nos concursos públicos como aconteceu recentemente na Educação. Muitos perguntam. Mas a UNITA está mesmo preparada para mudar este quadro e governar o país? A resposta é inequívoca: A UNITA está preparada e sempre esteve. Porquê? Porque a UNITA é mais do que a UNITA. A UNITA não vai escolher apenas os que são da UNITA para governar Angola. A UNITA é um simples instrumento da nacionalidade angolana. A UNITA vai buscar os melhores quadros do País, lá onde se encontrem, para constituir um governo melhor, de patriotas para servir os angolanos de todas as raças e extractos sociais, não importa de que partido ou religião sejam. Não haverá partidarização dos órgãos de governação, nem dos Tribunais, nem das empresas públicas. 
 
 Para os jovens do Huambo eu tenho uma mensagem especial:
 
 
 O Governo da UNITA terá vários parceiros. Mas o principal parceiro do Governo para desenvolver Angola não serão os investidores nem os Governos estrangeiros. Será a juventude angolana. É com a juventude e para a juventude que o Estado irá garantir a participação dos empreiteiros em programas de urbanização de forma a assegurar “casa para todos” por via de créditos à habitação de longo prazo. É com a juventude e para a juventude que o Estado irá criar mecanismos que permitam aos estudantes o acesso criterioso aos benefícios sócio-económicos (por exemplo cartão de estudante para assistência médica, educação, alimentação e transportes públicos); É com a juventude e para a juventude que o Governo da UNITA vai criar um sistema nacional de emprego e segurança social com mecanismos que garantam o estágio laboral dos formandos qualificados e correspondente subsídio e garantia do provimento obrigatório do primeiro emprego.
 
 
Prezados compatriotas:
 
 
Aos homens de negócios queremos assegurar que a UNITA conta convosco. Quando o Governo mudar, a vida vai continuar. Os lucros também vão continuar a entrar. Os funcionários públicos podem também votar pela mudança de Governo, porque vocês não são funcionários do MPLA, são funcionários do Estado. A UNITA tem plena consciência que os funcionários do Estado são servidores públicos e não servidores de partidos governantes. Quando o MPLA sair do governo, vocês vão continuar funcionários do Estado, não serão despedidos. Irão continuar a trabalhar e muitos ainda poderão ser promovidos.
 
 
Os dirigentes do MPLA e os actuais governantes também vão beneficiar com alternância. Quando o MPLA deixar de mandar, vocês serão tratados com dignidade e honra. Falharam nas políticas, mas a vida vai continuar. Muitos serão melhor valorizados noutros ramos que escolherem, já não serão subjugados e nem obrigados a bajular para terem empregos. Isto que significa  responsabilidade, tolerância, democracia e reconciliação nacional.  O Governo da UNITA será um governo de todos, com quadros competentes, de todas as raças e de vários Partidos, ou sem filiação partidária. O importante é que sejam competentes e defendam a causa do povo e as suas aspirações mais profundas.
Todos os quadros serão poucos para os desafios do futuro. O Governo da UNITA vai cumprir programas para o país, não para o Partido, vai materializar o interesse nacional, não os interesses partidários, vai implementar as políticas e os interesses do país, e não os interesses pessoais dos políticos.
 
 
 Compatriotas!
 
 
 Os Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria que conquistaram a Independência Nacional, a Democracia e a PAZ, precisam de uma vida melhor. A  verdadeira estabilidade política e social decorre da condigna reinserção social dos soldados e oficiais desmobilizados das EX-FAPLA, EX-FALA e EX-ELNA, suas mulheres e filhos,  viúvas e órfãos dos combatentes. Expressamos o nosso reconhecimento pela vossa contribuição incondicional a Pátria e estendemos o nosso abraço de solidariedade. A UNITA conhece a vossa história, compreende o vosso sofrimento. O Governo da UNITA vai honrar e dignificar a vossa condição.
 
 
A UNITA está convencida de que, no tempo certo, o povo angolano, irá utilizar a sua arma secreta para se libertar e se reencontrar com o caminho da dignidade. Esta arma secreta é o voto. Através do voto, o povo do Huambo vai escolher em 2012 a UNITA para governar no interesse de todos na construção de uma Angola para todos.
 
 
- Que a nossa segurança não venha das armas e do medo, mas sim do respeito e das convicções democráticas.
- Que a nossa força não seja a violência, mas sim o diálogo.
- Que  a nossa riqueza não seja o dinheiro, mas sim a Pátria comum.
- Que o nosso caminho não seja o egoísmo, mas sim a justiça.
- Que a nossa vitória não seja a vingança e o ódio, mas sim o perdão e o amor.
 Que Deus todo Poderoso abençoe a nossa amada PÁTRIA!
 
 
Acreditamos que o futuro pertence-nos e juntos podemos! 
Huambo, 9 de Novembro de 2010
OBRIGADO!
 
 
Fonte: Unita-angola
 
 
 

Comentario

vista au povo angolano ólha meus irmaõ cem u jose ém duardo dizer que u angolano u salario é xixi noca u povo angolano vai ter salario dikino

diamak | 04-03-2015

Www.diamatino lamento anglano salário merda istrajeiro abrigar com os angolano upresidente adumiri

reclamasaõ

pipiano masango | 04-03-2015

Porque que angolano é trabalhadór i é mal pago os de vora é bem pago que naõ defederaõ nada ém Angola

comentario

tetuliwuiyo | 29-12-2010

valeu apenas o discurso estremeceu o mundo.bateste la onde doi mais viva unita,coragem liberty.transforma o Huambo aJAMBA DO Dr SAVIMBI. FORÇA

nota 1o chyaka

Grande discurso | 12-11-2010

O homem tocou na ferida!

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Reflexão da semana

Para Compreender melhor a Costa do Marfim - Justino Pinto de Andrade

 Na foto: vista da cidade de Abidjan, a capital económica da Costa do Marfim    1. A minha memória regista uma interessante imagem de 1984, o ano em que conheci a Costa do Marfim, quando fui frequentar um curso sobre Análise e Gestão de Projectos patrocinado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, e destinada a quadros superiores de vários países africanos....
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