Melão de ‘Ouro’ leva Casa dos Frescos a Tribunal

Melão de ‘Ouro’ leva Casa dos Frescos a Tribunal

 A Casa dos Frescos deverá responder em tribunal pelo crime de especulação depois de uma equipa de inspecção da Polícia Económica ter apurado esta quarta-feira, 13, que os preços dos melões estão acima do normal.O responsável da loja, Rui Catalo, esteve ontem no sector de inspecção da Polícia Económica, onde foi informado sobre o processo em causa. 

 
Apesar da polémica em torno dos 105 dólares que cobra por um melão originário de Portugal, o empresário acredita que está a ser alvo de alguma injustiça e até de perseguição, segundo contaram fontes de O PAÍS. 
 
O caso, que está conhecido como o ‘melão de ouro’, começou com a divulgação de um um e-mail da autoria do cidadão Paulo Hurst, identificado como funcionário da petrolífera Exxon Mobil, que classificou de assalto o preço de 105 dólares que a Casa dos Frescos fixou para um melão, supostamente proveniente de Portugal. “Alerto-vos de algo que acredito tratar-se de um autêntico assalto (quase a mão armada), não só aos nossos bolsos, mas também à nossa capacidade intelectual de perceber o que está certo e errado. Aliás eu penso que esse facto passou os limites do bom senso”, salientou Paulo Hurst. 
 
O cliente inconformado explica que passava pela zona dos frescos da referida loja quando, ele que adora melão, foi confrontado com o preço de 9.803.01 Kwanzas por esta fruta. Segundo ele, “parei por alguns minutos e pensei que fosse engano, chamei a funcionária e ela disse que realmente era aquele o preço uma vez que se tratava de uma fruta importada”. 
 
“Agora pergunto-me, será que nós os angolanos somos assim tão ignorantes que não sabemos o quanto pode custar um melão no estrangeiro, ou será da triste fama de sermos os ricos, milionários, temos que pagar tão caro por um melão, talvez o melão tenha vindo em primeira classe no avião ou, se calhar, até veio de jacto privado, porque só assim se justifica que uma fruta em qualquer supermercado no estrangeiro por mais caro que seja, não custa mais do que 10 euros e mesmo assim estarei a ser generoso. Aliás sabemos nós que eles vão comprar a fornecedores que vendem a grosso, portanto com preços bastante reduzidos”, lê-se ainda na carta de Paulo Hurst. 
 
Profundamente indignado, o funcionário da petrolífera pede aos angolanos que “devemos ter um outro tipo de atitude com essa gente que se aproveita das nossas dificuldades para criar um ‘el dourado’ nos seus países de origem”. 
 
Paulo Hurst classificou o preço do melão como um roubo e solicitou a intervenção da Polícia Económica e do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC). O e-mail foi repassado para várias pessoas e o assunto originou um debate nas rádios em Luanda, ao ponto de ter chamado a atenção das autoridades governamentais e policiais. 
 
Rui Catalo, em nome da Casa dos d, justificou o preço do melão, que compra a 1, 88 euros em Portugal, com o custo do frete do produto nos aviões da TAP, pagamento de direitos, custo do despacho e armazenagem do produto. “Infelizmente não podemos fazer milagres”, respondeu também por e-mail o responsável da loja ao desabafo do cliente. 
 
O homem da Casa dos Frescos justificou ainda que o frete aéreo é muito caro e paga-se por quilograma. Rui Catalo sugere ao cliente que “há opções de melão porque também temos melão nacional a 200 kwanzas por kg, que é 10 por cento do custo do importado. É mesmo uma opção do cliente, porque felizmente ou infelizmente há clientes que pedem especificamente o melão casca de carvalho de Portugal. Temos que satisfazer o cliente, é a nossa obrigação”. 
 
Apesar das desculpas avançadas, O PAÍS apurou num levantamento feito aos sites de comerciantes de melão em Portugal que o valor de um quilograma ronda apenas os cinquenta céntimos. 
 
“Isso é um abuso. Tivemos lá duas equipas, entre às 11 e às 18 horas. Encontramos fortes evidências de especulação, embora ele ainda goze da presunção da inocência. De qualquer modo, é importante que os populares continuem a denunciar este tipo de comportamentos para que nós, Polícia Económica, possamos trabalhar”, salientou uma fonte da corporação. E adiantou que a investigação poderá precuar aos últimos tempos da actividade da Casa dos Frescos.
 
 
Fonte: O pais
 
 

Comentario

a

a | 13-03-2011

Angola está vendido.

melao de ouro

carla campos | 24-01-2011

É uma vergonha num pais onde tanta gente passa fome, essa dita casa dos frescos ter esses preços xxxl.

Isto é roubo planificado e inteligente!!!

Luandino | 17-01-2011

Não só o melão... Nessa "casa dos frescos" quase tudo é uma autentica especulaçao. Espero que se faça alguma coisa pra acabar com esse crime praticado por aí...

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