Maus auspícios nas relações com RD Congo

Maus auspícios nas relações com RD Congo

 

 

Pesquisa e análise

 

 

1 . O contencioso entre Angola e a RD Congo baseado na questão da delimitação da fronteira marítima comum apresenta agora tendências negativas – assim avaliadas por propenderem a introduzir tensões nas relações bilaterais. A exploração de petróleo na ZEE de cada um dos países empola o melindre da questão.

 

Os factores chave das actuais tendências negativas são, entre outros, os seguintes:

- A linha moderada seguida no acompanhamento do assunto pelo PR congolês, Joseph Kabila, apoiado por correntes do seu partido, está a ser suplantada por uma sensibilidade em crescente afirmação, de acordo com a qual deve ser observada uma atitude mais enérgica nas discussões com Angola – cujas pretensões são consideradas descabidas.

 

- As autoridades angolanas não aparentam estar preparadas para ceder; têm promovido acções de influência tendentes à mobilização de apoios políticos e diplomáticos internacionais.

Previsões anteriores, indicando que o desfecho do contencioso ocorreria em boa harmonia, eventualmente privilegiando os interesses de Angola, alteraram-se por efeito do isolamento do ministro do Petróleo congolês, Celestin Mbuyu, então nomeado, o qual, em sintonia com Joseph Kabila era adepto de tal cenário.

 

O processo da delimitação das fronteiras marítimas (Angola é o único vizinho) está cometido ao ministro do Petróleo – em razão das suas implicações na exploração dos recursos petrolíferos. C Mbuyu substituíra então no cargo René Isekemanga – este partidário de uma atitude firme no diálogo com Angola.

 

Em Maio de 2009 R. Isekemanga havia apresentado à ONU um relatório sobre o assunto, do qual constava um pedido formal de reconhecimento por parte da organização de uma linha de fronteira marítima e definição das respectivas ZEE em conformidade com novas disposições do direito marítimo, Convenção de Montego Bay.

 

A iniciativa do ex-ministro, na esteira da qual foi solicitada uma acção arbitragem da própria ONU, equivaleu a uma ruptura com um compromisso anteriormente estabelecido prevendo a criação de uma zona de interesse comum, cujos recursos petrolíferos seriam explorados conjuntamente.

 

As autoridades angolanas têm feito saber que a base de negociação que aceitam para definir a fronteira marítima comum é a dos acordos Portugal-Bèlgica (AM 451), quase centenários. Nos termos da convenção passam para a área de jurisdição da RD Congo áreas sujeitas a exploração petrolífera por parte de Angola.

 

2 . Em meios qualificados de Angola e RD Congo é dado como certo que José Eduardo dos Santos (JES) e Laurent Kabila, ex-PR da RD Congo, concluíram após o triunfo da rebelião chefiada por este, um acordo secreto admitindo a exploração de petróleo por parte de Angola na plataforma continental congolesa, desde a foz do Rio  Zaire até ao seu limite Norte.

 

A concessão destinar-se-ia a compensar Angola pelo apoio prestado à rebelião de Laureant Kabila, facilitando o seu triunfo. A atitude de boa vontade de Laureant Kabila em relação a Angola degradou-se na fase final do exercício do poder, aparentemente devido a desinteligências e desconfianças a que a questão do petróleo deu azo.

 

É um facto de observação simples que todas as plataformas de exploração petrolífera instaladas no offshore compreendido entre a foz do Rio Zaire e a fronteira Sul do território de Cabinda, área correspondente à plataforma congolesa, são angolanas ou estacionadas na zona por via de acordos com a Sonangol.

 

O privilégio atribuído a Angola no seguimento da tomada do poder pela rebelião cedo passou a ser objecto de contestação de meios políticos congoleses, e outros, não apenas pela sua natureza, mas por razões ditas adicionais como as seguintes:

- Angola não vinha entregando à RD Congo parte dos rendimentos da exploração que alegadamente se comprometera a entregar.

 

- No seguimento do atentado contra Laureant Kabila, Joseph Kabila, seu filho, foi colocado no poder e aí tem sido mantido em resultado de um apoio efectivo de Angola; tal apoio é usado como "chantagem" para manter o acordo petrolífero.

A rejeição do privilégio conferido a Angola, que alastrou a governantes e deputados congoleses de vários quadrantes, é facilitada pela impopularidade do regime angolano na RD Congo – alimentada por acusações de expansionismo e de intromissões na sua política interna, em especial no caso Jean-Pierre Bemba.

 

Em meios internacionais que acompanham o assunto, as influências de Angola na RD Congo são consideradas desajustadas de realidades tais como a de se tratar de um país de superior dimensão territorial, demográfica e em termos de riquezas; só pontualmente se conformaria com um estado de submissão, face ao qual tenderia a reagir.

 

A intromissão de Angola no derrube do antigo regime de Mobutu Sese Seko e as influências que passou a exercer sobre os regimes de L. Kabila e, depois, de J Kabila, justificadas por outlooks como o de constituírem um elemento estabilizador da RD Congo, serviu 2 objectivos estratégicos na sua política:

- Isolar a UNITA, numa primeira fase vedando-lhe o próprio território da RD Congo; mais tarde o da Rep do Congo, cujo regime viria também a ser derrubado com a participação activa de Angola.

 

- Isolar a FLEC, através de uma impermeabilização das fronteiras de Cabinda.

3 . O actual quadro das relações bilaterais, ensombrado por sentimentos de desconfiança de sectores próximos de Joseph Kabila, segundo os quais JES estará a preparar e a promover o seu genro, Sindica Dokolo, congolês de nascimento, para futuramente o substituir, também é alimentado por vicissitudes como as seguintes:

- As disputas em relação à demarcação da fronteira terrestre (AM 276) e a expulsão de Angolanos da RD Congo como retaliação das expulsões angolanas.

 

- A hostilidade nítida a que passaram a ser votados os militares angolanos na RD Congo; as unidades estacionadas no Baixo Congo, Muanda, Matadi e Kimpesse, tiveram que regressar em 2009.

 

- A conveniência sentida por Joseph Kabila de "alinhar" com o clima de convergência entre os deputados do seu partido e da oposição no que toca à abordagem dos "problemas com Angola".

 

- A inesperada marginalização de interesses de Angola em planos (AM 454) relacionados com uma futura expansão da Barragem de Inga.

É notório que Joseph Kabila fez uma inflexão nas suas políticas de grande aproximação a Angola – contestadas internamente com base em argumentos considerados "ofuscantes" da dignidade do país e da sua segurança. Já não se desloca tão frequentemente a Luanda. Fez as pazes com o Ruanda e Uganda e priveligia agora a África do Sul como parceiro comercial.

 

Angola, após um breve hiato nas expulsões de angolanos fixados na RD Congo, retomou, a título de retaliação, as expulsões regulares de cidadãos congoleses ilegais, incluindo garimpeiros – uma realidade acerca da qual ONGs internacionais vêm denunciando práticas consideradas violadoras dos direitos humanos.

 

4. As tendências de anuviamento da actual situação são igualmente propiciadas por uma "atitude cínica" constatada em conversações habitualmente convocadas a pretexto de encontrar soluções para os problemas. A questão crucial da exploração do petróleo sem contrapartidas para a RD Congo é preterida a favor de outras, menores.

 

Entre estas sobressai sempre a das constantes expulsões de cidadãos de ambos os lados da fronteira comum – objecto de intensa exploração mediática. Conforme conjecturas pertinentes, trata-se de um "expediente" visando relegar para plano secundário a questão do petróleo.

 

5 . A evolução aparentemente desfavorável a Angola que o contencioso petrolífero com a RD Congo tem conhecido, também é considerada reflexo de um envolvimento crescente de interesses sul-africanos no país – incluindo no domínio na exploração de petróleo na fronteira com o Uganda.

 

Um consórcio sul-africano liderado por um familiar de Jacob Zuma, Khulubuse Zuma, presidente da Aurora Mines, tem em curso uma negociação, envolvendo altos valores, para o fornecimento de grandes quantidades de petróleo congolês à África do Sul.

 

Informações consideradas fiáveis indicam que o consórcio dirigido por K. Zuma teria já pago (ou concordado pagar) USD 6 B, a título de bónus, pela sua participação e exploração dos blocos 1 e 2 da promissora zona petrolífera do Lago Alberto, partilhada com o Uganda (em cujo lado opera já a Tullow Oil, que fez importantes investimentos).

 

O negócio envolve o advogado Michael Hulley, que defendeu com sucesso Jacob Zuma no processo em que era acusado por práticas de corrupção. Este e Khulubuse Zuma assinaram o contrato em nome das empresas Caprikat e Foxwelp respectivamente, às quais se juntou a Mvelaphanda Holdings, de Tokyo Sexwale.

 

Fonte: Africa Monitor

 

 

Comentario

Eles continuam seguir a lettra as instrucoes recebidas de alvor as escondidas

Diskette | 13-12-2010

Se Angola tivesse dirigentes Angolanos, nem estariamos aonde estamos como estes odios vicerais fomentados e perpetuados por angola dos Vandunem
Foi dali onde saiu a ideia de libertar o Pais do Jugo imperial Tuga
Nisso nunca os perduaram, ja que sao seus Kaxikos que tomara a releva
Os petrodollares fazem o resto para contratar mercaenarios economicos que os protegem ate aqui...

Crítica Angola24horas.com

ZELOSO MARIA NDUKULIA | 11-12-2010

Angola24horas.com ou melhor digo a redação desse site continua com atitudes mesmo anti-democrártica com a supressão ou corte de comentários e depois aparecem como apóstolos de democracia que é uma farsa que ostentam.
Quando algo choca a moral, por ser verdade eliminam o cortam tal como aconteceu na noticia que acabei de publicar.
Isso é uma vergonha dos que se prezam em defender uma democracia num princípio que nortea a liberdade de expressão e de opnião.
Tenham coragem de engolir, pois a verdade dói ainda que justa.
Nós só falamos a verdade que vos decepcionam.

Re:Crítica Angola24horas.com

Mambte do Uige | 11-12-2010

Oh Zeloso ndukulia Alias Mandavid vosse quer que os teus idologico sejam publicado e reclama os seus direitos a poco no Club-K comentaste contra William Tonet O que quer O dos Angolanos Humilhados Num Regime facistas Marxistas ditatorial se nós todos procuramos que nós agrada porque tais contra com os procura a liberdade dos outros como meu querido irmäo Rafael Marques e William Tnt Olha se vosse tambem quer ser pular e Amate dos Angolanos é escolher O que e justo como Os outros näo se consideram a sim proprio mas dos outros te aconselho como um bom irmäo?

O grande inimigo dos Africano é O proprio seus dirigentes

Mambte do Uige( ao Luambo Makalia) | 11-12-2010

quem näo tema Deus é considerado como Animal ou cäo porque nele näo há Amor e conhecimento de fazer distincäo entre O bem e O mal para ele tudo é a mesma enquanto há interece pessoais no caso do nosso santola jes Ele já se vendeu ao Diabo para ter Objectivo dele mais o presso que Eles väo pagar vai ser muito Alto Quem Semeia ventos Colhe Tempestades Chegou O dia do Castigo, O dia do ajuste de Contas O jes Tem Que O Saber. Dizem Que Mambote está louco, que O homem inspirado delira Mas é por Causa dos teus pecados e da tua enorme rebeldia? meus lectores O pais vai paz definitiva mais uma coisa devemos saber que os que estäo dirigir O pais näo säo Homens Honestos säo todos pagäo que näo respeitam Deus mais O todo poderoso väo lhes meter em confusäo" Eles proclamavam lancem ataque Contra O povo Fiel de Deus nós os Angolanos e Congoleses de Brazzaville e de Kinshasa preparem-se para atacar ao meio dia! Mas que má sorte! O dia já se acabou, O sol já se está a pör! Assim como uma cistema se enche de água, Luanda está cheia de iniquidade a cidade esta repleta de violencia e rapina;só se vé ali doencas e epidemias e corrupsöes sem fim Todos grandes e pequenos, foram desonestos no negocio; até os profetas e pastor e os sacerdotes praticam burlas Deram pouca atencäo ás desgrasas do meu povo; dizendo que vai tudo muito bem" quando näo e verdade Deviam ter vergonha das coisas horriveis que fazem mas näo tem; já nem sequer sabem corar. por isso, diz O senhor cairäo junto com os outros; quando os Castigar ficaräo por terra? Esse as minhas messasgem säo dirigindo nas igrejas de Nzambe Malamu e Tokistas e tantas que fazem Burlas O jes e Mpla O vosse fim tais proximo O todo poderoso vai Vos Castigar! guardäo esses messagem nas vossas Mentes ate O dia das realizasöes da profecia?

Re:O grande inimigo dos Africano é O proprio seus dirigentes

ZELOSO MARIA NDUKULIA | 11-12-2010

Tu és mesmo um ignorante

Congolês residente em Angola a 25 anos

Luambu Makalia | 11-12-2010

A arrogancia e prepotencia de Angola em relaçao aos outros países africanos ha de custar caro um dia para os angolanos. O Kabila ja nao quer ser vassalo nem do Zedu nem do Paul Kagame(do Rwanda) cada país merece a sua soberania. Jose Eduardo usa os petro-dolares para corromper do seu lado quem ele quiser mas o povo congolês quer e merece a sua soberania. Também nao queremos que nos roubem as nossas riquezas naturais como tem feito principalmente o Rwanda. Vamos nos dar um abraço e unir-nos porque o verdadeiro inimigo do africano nao está em Africa sao as potencias fora da áfrica, leiam o artigo da jovem felizarda mayomona neste site que contem as nossas soluçoes.Angola pode apostar que se um dia surge conflicto entre RDC e congo o Congo-Brazaville e o Uganda e o Rwanda vao aliar-se nesta luta e ja sabemos tambem que Angola contará com o apoio do Zimbabwe, Zambia e Namibia mas no final acabaremos por perder todos nós.

O fim do Diabo se aprocima(criatura do jes )

Mambote do Uige | 10-12-2010

esperemos que tudo acontece mais coisa devem saber os soldados que estäo Utilizar um dia väo ser os seus assassinos eles tbem näo tem sempre os seus Olhos fexado um dia väo saber O que se passa väo reivindicar os seus direitos e vai ser feio?

Isso está a cheirar mal!

Zangado | 10-12-2010

Espero que haja uma solução pacifica para esta questão; caso contrário será mais um conflito com consequências incálculaveis.

Deus obrigado

Minu | 10-12-2010

Deus muito obrigado por eu estar do outro lado destes.

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