Goodluck Jonathan, um cientista projectado para a política

Goodluck Jonathan, um cientista projectado para a política

 Abuja - O chefe de Estado da Nigéria, Goodluck Jonathan, que anunciou hoje (quarta-feira) a sua intenção de apresentar a sua candidatura às presidenciais de Janeiro de 2011, é um cientista oriundo do sul petrolífero que entrou na política, há cerca de 10 anos e que beneficiou largamente do concurso de circunstâncias, noticia a AFP.

 
A sua ascenção à frente do país mais populoso de África ocorreu por causa da doença e a hospitalização do seu predecessor Umaru Yar'Adua, em Novembro de 2009 por problemas cardíacos e finalmente a sua morte em Maio de 2010.
 
Vice-presidente de Yar'Adua,  Jonathan tinha aceite, em Fevereiro de 2010, a pedido do Parlamento, substituir o chefe do Estado para pôr fim a longos meses de incerteza política.
 
Originário do delta do Níger, região conturbada, Jonathan, de 52 anos, é titular de um doutoramento em zoologia. Uma boa ascensão social parar esse homem nascido numa família modesta que fabricava pirogas, no Estado de Bayelsa.
               
Após ensinar e trabalhar para uma organização da protecção do ambiente  no seio de uma agência governamental, ele lançou-se para a política em 1998.
               
Mas o seu percurso aparece ter sido facilitado por eventos, dos quais ele não criou, por causa de equilíbrios regionais e religiosos da política  nigeriana.
               
"Ele foi projectado, não se sabia se tinha ambições políticas", notou recentemente Marc-Antoine Pérouse de Montclos, pesquisador do Instituto de Investigação para o Desenvolvimento (IRD) e especialista para a Nigéria.
               
Assim também aconteceu contra todas as expectativas, quando conseguiu o "bilhete" presidencial com Umaru Yar'Adua para as eleições de Abril de 2007, quando um barão do partido no poder, o Partido Democrático do Povo (PDP), lançou-lhe a corda.
              
Oito anos antes em 1999, ano do retorno da democracia no país, Jonathan foi eleito como candidato do PDP para governador adjunto de Bayelsa, um Estado chave da federação, por ser produtor de petróleo.
               
Ele foi reeleito em 2004 com o Governador Diepreye Alamieyeseigha, mas em Dezembro de 2005, esse último foi destituído, após ter sido acusado de branqueamento de capitais.
               
Assim sendo, Goodluck Jonathan tornou-se o Governador "de facto" e dirige a administração de Bayelsa até 2007.
               
O PDP, que domina a cena política, designa Umaru Yar'Adua, um governador do norte maioritariamente muçulmano, para as presidenciais de Abril de 2007.
               
Para responder a uma exigência da repartição do equilíbrio do poder entre o norte e o sul, essencialmente cristão, o partido escolhe Goodluck Jonathan, cristão, para a vice-presidência, estimando que ele é  "o mais limpo" dos governadores dos Estados do delta, reputados de ser mais corruptos.
               
A dupla ganha sem surpreza o escrutínio, largamente marcado por irregularidades, segundo a maioria dos observadores eleitorais.
               
Enquando vice-presidente, Goodluck Jonathan, sempre com um chapéu na cabeça e geralmente trajado com um conjunto de roupas tradicionais da sua região, trabalhava sem vacilar, mas com sombriedade.
               
Alguns criticavam-no pela falta de carisma e de punho, outros sublinhavam que nunca, pelo menos, foi publicamente citado por escândalos financeiros.
               
Mas, durante o seu primeiro Conselho de Ministros em Fevereiro de 2010, enquanto Presidente interino, remodelou o seu governo e exonerou o ministro da Justiça que se opunha na substituição de Yar'Adua.
               
A 1 de Maio de 2010, Jonathan declarou que as suas prioridades para o resto do mandato era o abastecimento regular da electricidade, pacificar o delta do Niger e realizar eleições livres e honestas.
 
 
Angop
 

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