Funcionários satisfeitos com afastamento de “Ngongo”

Funcionários satisfeitos com afastamento de “Ngongo”

 

A notícia da exoneração de Roberto Leal Monteiro “Ngongo” foi recebida com satisfação no seio do pessoal do Ministério do Interior, que aplaudiu a decisão do Presidente da República, segundo apurou o Novo Jornal. “A forma irregular como foi feita a detenção do cidadão português Jorge Oliveira em S. Tomé e Príncipe era do conhecimento geral e comentada nos corredores”, revelaram as fontes.
 
Leal Ngongo, que foi exonerado do cargo na terça-feira, teria sido mesmo aconselhado por especialistas do ministério a não actuar da forma
como o fez, porque estava a violar as leis do território de São Tomé. O conselho foi ignorado pelo ministro, sob o argumento de que “ele é que era o chefe”, de acordo com as fontes deste semanário. A detenção de Jorge Oliveira foi tratada entre o ministro do Interior de Angola e o seu homólogo de São Tomé, mas sem o conhecimento dos respectivos Presidentes da República. 
 
Terá sido o próprio general “Ngongo” a orientar os operativos da Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC) a efectuarem a detenção, que
ocorreu no final de 2009.
 
Outras fontes admitiram que o exministro do Interior só conseguiu trazer Jorge de Oliveira para Angola porque “tinha autorização e mandado do procurador-geral da Republica e da Interpol”.  O comunicado da Presidência da República, divulgado no domingo, foi assim recebido sem surpresas
e com generalizada satisfação, em particular junto da Polícia Nacional, alegadamente, porque “o ministro travou o processo de promoção de oficiais superiores, bem como outras medidas que atendiam à desarticulação da corporação”, disse uma fonte.  
 
Lembrou que a decisão de retirar a DNIC, a Polícia Económica, a Polícia de Guarda Fronteira e a Polícia Fiscal da alçada da Polícia Nacional foi da
iniciativa pessoal de Roberto Leal.Foi ainda apontada ao antigo ministro “Ngongo” o facto de, supostamente, ter feito a “retenção de cerca de 40 milhões de dólares do Cofre de Providência destinados a projectos sociais dos polícias, a privatização do projecto da construção do hospital da corporação, a não descentralização oportuna da Logística, mesmo com orientação superior, a tentativa de retirada da gestão do futuro Instituto Superior da Polícia para o ministério e outras interferências directas que o mesmo tinha  na gestão do comando geral da Polícia Nacional e “que retirava autoridade e competência ao comandante Ambrósio de Lemos”.
 
Também satisfeito com a exoneração do ministro do Interior está o pessoal da Polícia de Guarda Fronteira, conforme confidenciou uma fonte do MININT.
 
 
Pressões
 
A decisão sobre a exoneração do ministro do Interior foi anunciada em comunicado de imprensa e está associada a pressões que o estadista
angolano teve de sectores internacionais (Portugal e São Tomé), acerca do procedimento de agentes da DNIC que, em finais do ano passado, violaram o território de São Tomé para raptar um cidadão português, Jorge Santos Oliveira. 
 
O referido cidadão viveu em Angola, onde manteve relações de negócios com o empresário Mello Xavier que. Este, após os dois se terem incompatibilizado, acusou Jorge Oliveira do destino incerto que teria dado a uma quantia de cerca de 100 mil dólares americanos. O empresário Mello Xavier terá apresentado queixa na Polícia, que resultou num mandato de captura a Jorge Oliveira. Por alegadas razões de segurança,
o cidadão português seguiu para São Tomé e Príncipe e as autoridades policiais angolanas terão tomado a sua saída como uma fuga.
 
Em consequência, o ministro do Interior teria impulsionado a ida de agentes da DNIC à República de São Tomé, que, por sua vez, realizaram uma operação de “rapto” contra Jorge Oliveira, que foi entretanto libertado mediante o pagamento de uma caução. Logo após terem tomado conhecimento  da “invasão angolana”, a  Presidência da República de STP manifestou, junto da sua congénere angolana, o seu desagrado por
aquilo que consideraram “violação do seu espaço territorial”. 
 
O NJ tentou contactar o comandante geral da Polícia Nacional, comissário geral Ambrósio de Lemos, e o segundo comandante, comissário
chefe Paulo de Almeida, mas não teve sucesso. 
 
 
Isabel João
Fonte: NJ
 

Comentario

BRINCADEIRAS DE NGONGO

RAUL MENDES DA COSTA | 09-10-2010

O ex-Ministro Ngongo de facto é um homem com grande trajectória na história de Angola, mas os últimos anos alteraram o seu sentido de responsabilidade para o ângulo negativo, tais como retenção e desvio do erário público, barreira no processo de ascensão de patente dos oficiais superiores da Polícia Nacional, entre outras brincadeiras desleais que Leal Monteiro julgava ser uma atitude normal por ser o que era. Bem feito bandido.

Funcionários do Minint estão satisfeitos....

sunga muxima | 07-10-2010

Podera o ex-Ministro do Interior, só foi lá parar num acidente de percurso, por isso não galgou o que devia. Mas parecia um gerente do beiral, do que propriamente um Ministro. Não conhecia os meandros do seu pelouro, muito menos as vicissitudes que os agentes da corporação enfrentavam...o kota Melo Xavier, devia ser premiado pelos agentes da policia Nacional e não só!...

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