Extracto Bancário Congelado - Ricardo Amorim

Extracto Bancário Congelado - Ricardo Amorim
As comemorações da Independência de Angola em Washington ficaram marcadas por um incidente internacional. A embaixada de Angola viu as suas contas bancárias congeladas, o que implicou um forte constrangimento na actividade da embaixada, já sem mencionar o embaraço diplomático.
 
É sabido que após o atentado ás Torres Gémeas, as autoridades norte-americanas reforçaram em muito o seu sentido de alerta. Para os EUA, as actividades financeiras ilícitas são uma questão de Segurança Nacional porque muitas delas são provenientes da máfia ou têm como objectivo financiar operações terroristas no país, portanto, percebe-se e justifica-se o controlo apertado que existe nos EUA nesta matéria.
 
Por outro lado tem que se perceber a atitude preventiva dos Bancos, principalmente, dos grandes Bancos, num contexto, de crescente crise financeira internacional, á reputação de um Banco é cada vez mais um activo precioso e fundamental, obviamente, nenhum Banco com reputação internacional quer ver a sua imagem associada com suspeitas de operações ilícitas.
 
Não foi há muito tempo que a Transparency International divulgou o seu Índice de Percepção da Corrupção 2010, notamos que Angola ocupou a posição 168 do ranking com uma modesta classificação de 1,9 numa escala entre 0 e 10, talvez agora se perceba a importância de sair bem classificado nestes rankings porque eles formulam opinião.
 
Para mim, o que realmente é estranho, é como uma embaixada opera num país sem conhecer o enquadramento jurídico desse mesmo país, questiono-me, será que a embaixada não podia ter minimizado o risco contratando assessoria jurídica? As embaixadas não servem apenas para conceder vistos e renovar passaportes, também têm como função prestar auxílio jurídico aos seus concidadãos quando é necessário.
 
Sabendo que os EUA se caracterizam pelo escrupuloso cumprimento da lei, onde as Instituições do país são fortes e os poderes são totalmente independentes, exigia-se a embaixada um outro tipo de comportamento. Pedir reciprocidade de actuação perante a maior potência mundial é uma estupidez, principalmente, quer Angola queira ou não, é uma reserva estratégica dos EUA, se começar a causar problemas provavelmente Angola passará a sofrer interferências internas.
 
Penso, que o essencial é perceber qual é o problema e encontrar uma solução coordenada com as autoridades norte-americanas e os Bancos, não quero acreditar que estivessem a usar uma embaixada para fazer lavagem de dinheiro, principalmente, uma embaixada nos EUA porque seria demasiada estupidez.
 
Existem formas mais simples de lavar dinheiro, basta abrir uma conta bancária numa off-shore e depois pedir um empréstimo usando o montante da conta bancária como colateral, este é o processo mais sintético de lavagem de dinheiro, que pode ser muito mais complexo e sofisticado se envolver vários off-shores, vários veículos financeiros e produtos derivados. Até para branquear capitais é preciso ser competente, não é para todos.
 
 
Fonte: Luanda Post
 

 

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