Executivo angolano confiante na solução pacífica da crise na Côte d'Ivoire

Executivo angolano confiante na solução pacífica da crise na Côte d'Ivoire

O Executivo angolano apoia e encoraja o diálogo e a negociação para a saída da crise na Côte d'Ivoire e acredita que fazendo-se prova de vontade política, realismo e sensatez, é possível encontrar-se uma solução que coloque acima de tudo os legítimos interesses de todo o povo deste país irmão, afirmou o presidente José Eduardo dos Santos.

 
O Chefe de Estado angolano pronunciou-se na cerimónia de cumprimentos de ano novo ao corpo diplomático acreditado em Angola, cerimónia realizada no Salão Nobre do Palácio Presidencial, à Cidade Alta.
 
"Somos, portanto, da opinião que qualquer intervenção militar, no caso particular da Côte d'Ivoire, teria um efeito perverso, com consequências gravosas para além das suas fronteiras", referiu o estadista.
 
Exprimiu, no entanto, "apreensão quando são propostas soluções militares para resolver crises como a da Côte d'Ivoire, ignorando as normas do Direito interno e internacional e, por vezes, a própria evidência dos factos".
 
Segundo José Eduardo dos Santos, os factos dizem concretamente que o presidente da Comissão Eleitoral divulgou os resultados da segunda volta da eleição presidencial, quando já não tinha competência para o fazer, uma vez que o prazo para o efeito definido por lei estava ultrapassado e que o processo tinha passado, para devido tratamento, para o Conselho Constitucional.
 
O representante das Nações Unidas na Côte d'Ivoire, prosseguiu, numa atitude precipitada, certificou e anunciou esses resultados, quando a resolução pertinente das Nações Unidas refere que a certificação deve incidir sobre os resultados eleitorais validados pelo Conselho Constitucional, que ainda não se havia pronunciado.
 
Acrescentou que "essa declaração do representante das Nações Unidas induziu em erro toda a Comunidade Internacional, porque o Conselho Constitucional não validou os resultados provisórios divulgados pelo presidente da Comissão Eleitoral, por ter aceite as reclamações e queixas de irregularidades e fraude graves que punham em causa esses resultados".
 
Para o presidente, o Conselho Constitucional é, na verdade, o único órgão com competência legal para validar e publicar os resultados finais das eleições e, nos termos da lei, deveria recomendar a realização de novas eleições no prazo de 45 dias, mas assim não procedeu e divulgou resultados que davam vitória a outro candidato.
 
Em sua óptica, apreciados estes factos, é difícil para Angola aceitar a existência de um presidente eleito na Côte d'Ivoire.
 
"Consideramos, no entanto, que há um Presidente Constitucional, que é o actual Presidente da República, o qual se deve manter até à realização de novas eleições, como estabelece a lei eleitoral desse país", asseverou, a propósito.
 
José Eduardo dos Santos disse que a dificuldade maior agora é que os 45 dias já não são suficientes para criar o clima propício, e a actual situação de crise complica ainda mais este quadro.
 
Defendeu, por isso, que a África, através das instituições competentes da União Africana, deve fazer prova da sua maturidade, experiência e habilidade, para resolver os problemas do continente, mesmo os mais complexos e delicados, não esperando soluções inadequadas, impostas do exterior.
 
 
Fonte: Angop
 

 

Comentario

O problema está na materia prima

100% Kimbundu | 14-01-2011

A crença geral anterior era de que os nossos governantes não sabiam nada. Agora dizemos que dos Santos não serve. E o que vier depois de Dos Santos também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está nos trapalhões que foram os anteriores ou na farsa que é o Dos Santos. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria-prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o Euro, a Libra ou o Kwanza.

Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais é estranho e não é levado a sério.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal, DEIXANDO-SE OS DEMAIS.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar taxas.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços
ineficientes e caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Dos Santos, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um polícia de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto Dos Santos é culpado, melhor sou eu como angolano, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria-prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTICE ANGOLANA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade
humana, mais do que Neto, Dos Santos, e todos os outros, é que é real e honestamente má, porque todos eles são angolanos como nós, ELEITOS POR NÓS . Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste. Porque, ainda que Dos Santos se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria-prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Neto, nem serve Dos Santos, e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser angolano. Mas quando essa angolanidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos angolanos nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos: Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa!!!!!!!!????!!

Novo comentário

Reflexão da semana

Os Últimos Dias De Savimbi - José Gama

Entre os dias 4 e 8 de  Abril  de 2001,   a UNITA reuniu a sua direcção e militantes,  para reflectir estratégias naquilo que veio a ser  sua 16ª conferência partidária cuja discussão  interna  atribuía-lhe particularidades de  um congresso. O local escolhido foi a  área de saluka, na nascente do rio Kunguene, um afluente do...
1 | 2 | 3 | 4 | 5 >>

 

www.a-patria.com      O portal de noticias de Angola

 

 

Clique no botão Play para tocar o Ipod!

As músicas tocarão automaticamente!



 

Publicite no nosso Site!