Em discurso aos soldados, Obama diz que ainda há "muito trabalho" pela frente no Iraque

Em discurso aos soldados, Obama diz que ainda há "muito trabalho" pela frente no Iraque

 Fonte: CNN 

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que a missão de combate americana no Iraque está oficialmente encerrada nesta terça-feira, mas disse que não iria dar uma "volta da vitória" porque ainda há muito trabalho a ser feito no país.

Obama agradeceu os soldados no Texas, antes de fazer seu pronunciamento à nação em rede nacional, previsto para às 20h de hoje (21h em Brasília). Ele disse que o Iraque agora tem a oportunidade de criar um futuro melhor para o país, e os EUA, como consequência, estão mais seguros.

 

"Eu queria vir até o forte Bliss principalmente para dizer obrigado. E para dizer bem-vindos de volta", disse aos soldados, que entoaram a tradicional "Hooah" do Exército para saldar o presidente.

"Vou fazer um pronunciamento à nação hoje à noite", disse Obama. "Não vai ser uma volta da vitória. Não vai ser auto reconhecimento. Há ainda muito trabalho que temos que fazer para garantir que o Iraque é um parceiro nosso efetivamente."

A Casa Branca está ciente de que Obama não pode se dar ao lixo de parecer triunfante demais. Se fizesse isso, acabaria sendo comparado a Bush, em seu discurso a bordo de um porta-aviões, em maio de 2003. Em frente de uma faixa de "missão cumprida", Bush anunciou que as principais operações de combate estavam encerradas, um movimento que foi visto como um grande passo em falso após o aumento posterior da violência.

"A Al Qaeda no Iraque está derrotada, mas não desaparecida", disse o secretário de Defesa, Robert Gates, nesta terça-feira. "Esse não é o momento para desfiles de vitória ou auto-reconhecimento prematuros, mesmo quando pensamos no que nossos soldados e seus colegas iraquianos cumpriram."

 

DE OLHO NAS URNAS

Obama espera que a promessa de campanha cumprida vai agradar os americanos diante das eleições parlamentares de meio de mandato, previstas para 2 de novembros, nas quais os democratas estão lutando para manter a maioria no Congresso americano.

 

Mas o alto nível de desemprego e o lento crescimento econômico tirou o foco da guerra entre os principais assuntos na mente dos eleitores, assim como a economia fez Obama prevalecer em 2008 sobre o republicano John McCain, nas eleições presidenciais.

 

Ben Rhodes, vice-conselheiro nacional de segurança, disse que Obama vai falar sobre a economia americana no contexto da retirada do Iraque. "Ele acredita que é muito importante redirecionar recursos que estávamos gastando no exterior nos vários últimos anos para investimentos em nossa economia e nossa competitividade no longo prazo aqui em casa", disse Rhodes a jornalistas a bordo do Air Force One.

O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, previu o mesmo tema econômica em entrevistas à imprensa local mais cedo hoje. "A nação que ele realmente quer reconstruir é uma nação na qual ele vive, os Estados Unidos da América", disse Gibbs à TV ABC. "Nós ganhamos nossa força lá fora por meio de nossa prosperidade aqui em casa. Há passos que temos que tomar aqui para continuar nossa recuperação, para assegurar que as pessoas voltem ao trabalho", disse.

 

O pronunciamento, previsto para 20h (21h em Brasília), será o segundo de Obama no salão oval da Casa Branca. O presidente usou a mesma sala nobre em junho, para discutir a resposta de seu governo ao vazamento de óleo no golfo do México.

 

NO IRAQUE

O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, viajou para o Iraque para assegurar aos iraquianos que os EUA não estão os abandonando. Ele se reuniu com o primeiro-ministro Nuri al Maliki e com o presidente Jalal Talabani. 

 

 

As conversas com Biden acontecem em meio a um impasse político, seis meses após as eleições inconclusivas em março e a incapacidade de se formar um novo governo no país.

Em discurso televisionado hoje, Maliki assegurou que as forças nacionais são capazes de garantir a segurança diante da saída de todas as tropas de combate dos Estados Unidos. O discurso, contudo, parece não ter convencido a maior parte dos iraquianos sobre o futuro sem a presença americana.

"Eu garanto a vocês que as forças de segurança iraquianas são capazes e qualificadas para assumir a responsabilidade", disse Maliki. O premiê qualificou os ataques diários no país como uma "tentativa desesperada da Al Qaeda e remanescentes do regime de Saddam Hussein para provar sua presença".

Maliki aproveitou o discurso para ressaltar que "o país é soberano e independente" e declarar uma nova data de feriado nacional, "o dia em que recuperamos a soberania de nosso país e desenhamos o futuro com nossas próprias mãos".

 

DIA-A-DIA

Obama se opôs à guerra do Iraque, e o sentimento antiguerra ampliou seu apoio dentro do Partido Democrata durante a campanha eleitoral de 2008.

Quando ele assumiu o governo, em janeiro de 2009, os EUA tinham 140 mil soldados no Iraque --chegou a atingir o máximo de 170 mil durante o governo Bush.

Os cerca de 50 mil soldados que ainda continuam no Iraque estão passando para um papel mais de conselheiros, no qual devem treinar e apoiar a polícia e o Exército iraquianos.

Na prática, a mudança não deve ser grande, porque o Exército americano já vem mudando o foco de atuação para treinamento e apoio durante o último ano. Obama prometeu retirar todos os soldados americanos do Iraque até o fim de 2011.

Os republicanos têm criticado Obama pelo que alegam ser um fracasso em reconhecer o sucesso do aumento de tropas proposto por Bush na redução de violência no Iraque. Obama se opôs ao aumento de tropas em 2007.

Obama estabeleceu julho de 2011 como data de início da retirada das forças americanas no Afeganistão e espera que o exemplo do Iraque vai convencer seus defensores democratas de que ele pode manter sua palavra.

 

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