Assassinatos na República Democrática do Congo podem ser genocídio, diz ONU

Assassinatos na República Democrática do Congo podem ser genocídio, diz ONU

 Um relatório preliminar da ONU afirma que crimes cometidos pelo Exército de Ruanda e por rebeldes aliados na vizinha República Democrática do Congo podem ser classificados como genocídio. 

 

O relatório, ao qual a BBC teve acesso, detalha as investigações sobre o conflito na República Democrática do Congo de 1993 a 2003.

O documento afirma que dezenas de milhares de hutus étnicos - incluindo mulheres, crianças e idosos - foram mortos pelo Exército de Ruanda, dominado pela etnia rival tutsi.


O ministro da Justiça de Ruanda afirmou que as afirmações são "bobagem".

O relatório também lista violações dos direitos humanos cometidas por forças de segurança de todos os países envolvidos no conflito - que foi chamado de "guerra mundial da África".

O relatório final do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos deve ser divulgado nos próximos dias.

Apesar de o conflito ter terminado oficialmente, o leste da República Democrática do Congo, perto da fronteira com Ruanda, continua inseguro.


Na quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU realizou uma sessão de emergência para discutir acusações de que rebeldes hutus de Ruanda estavam entre os homens armados que estupraram ao menos 150 mulheres e bebês do sexo masculino na cidade de Luvungi, e em vilarejos nos arredores, no começo deste ano. O relatório de 545 páginas, preparado por cerca de 20 funcionários do comissariado, documenta o que chamam de ataques sistemáticos do Exército de Ruanda e do movimento rebelde congolês AFDL. Os rebeldes do AFDL eram liderados por Laurent Kabila, pai do atual presidente congolês, Joseph Kabila.

O alvo dos ataques eram hutus de Ruanda que haviam fugido no que hoje é a República Democrática do Congo, Zaire, à época, após o genocídio de 1994.

Extremistas hutus de Ruanda massacraram cerca de 800 mil tutsi e hutus moderados durante o genocídio.

Muitos dos responsáveis pelo genocídio fugiram de Ruanda quando os rebeldes tutsis tomaram o poder em Kigali, em junho de 1994, levando centenas de milhares de civis hutus com eles.

Mas o relatório afirma que os ataques contra hutus que não eram refugiados parecem confirmar que hutus congoleses também foram alvo. Em algumas regiões, diz o documento, postos de controle na fronteira eram usados para identificar pessoas de origem hutu, e assassiná-las.

Dezenas de milhares foram mortos, estima o relatório, afirmando que tais ações sugerem uma metodologia premeditada e precisa.

"O uso extensivo de armas e os massacres sistemáticos de sobreviventes após campos (hutus) terem sido tomados, mostram que as mortes numerosas não podem ser atribuídas às agruras da guerra ou vistas como dano colateral", afirma o relatório.

O documento diz que tais assassinatos podem ser classificados como genocídio "se for provado por uma corte competente".

O governo de Ruanda desmentiu o relatório, assim como fez com acusações anteriores, de que suas forças majoritariamente tutsis haviam cometido assassinatos em massa de hutus em Ruanda, após tomar o poder para pôr fim ao genocídio em 1994.

 

Fonte: CNN

 

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